A garantia de acesso prático a produtos, serviços e informações pela internet tem se transformado em dor de cabeça para grande parte dos consumidores brasileiros por falhas na segurança dos sistemas digitais e aperfeiçoamento das estratégias dos golpistas. Quase metade (46%) dos internautas brasileiros foi vítima de algum tipo de golpe financeiro nos 12 meses, o que equivale a um universo aproximado de 12,1 milhões de pessoas. Os dados são de um levantamento feito pelo CNDL/SPC.
Mais de 50% compraram produtos e não receberam a mercadoria. Outros 46% receberam produtos ou serviços diferentes do combinado e 25% tiveram um cartão clonado. Pelo menos 51% dos entrevistados afirmam ter sofrido algum prejuízo financeiro com a fraude, sendo o valor médio do dano de R$ 478. Os problemas decorrentes podem afetar o acesso ao crédito do consumidor. Três em cada dez vítimas tiveram o nome negativado (30%) devido à fraude sofrida. Segundo a consultoria de segurança digital Psafe, mais de 2,7 milhões de usuários foram vítimas de sites falsos, em 2019, e 71 milhões de páginas foram bloqueadas por questões de segurança. Uma estimativa da Psafe também revelou que um em cada cinco brasileiros já foi vítima de roubo de identidade na internet, o que representa 24,2 milhões pessoas em todo o país.
Entre os consumidores que tiveram seus dados pessoais roubados, 40% fizeram cadastro em sites falsos de promoção, 39% se inscreveram em suposta vaga de emprego, 22% realizaram compra em site falso sem perceber, 21% receberam um contato telefônico de uma pessoa se passando por funcionário da instituição financeira, 18% receberam notificação falsa para quitação de débito e 18% receberam falso e-mail de banco ou empresa pedindo atualização de dados cadastrais ou bancários.
Emilio Simoni, diretor do dfndr lab — laboratório especializado em segurança digital da Psafe — afirma que existem três maneiras mais comuns nas quais um hacker consegue acesso a informações privadas dos usuários.
— As fraudes online criadas por hackers atingem todas as idades e sexos. Ninguém está de fora dessa lista. Sites falsos, vazamento de dados e roubo de identidade são técnicas comuns e infelizmente, eficazes, usadas por cibercriminosos — completa Simoni.
Para o consumidor, uma das principais dificuldades enfrentadas para se proteger das fraudes é o fato de não saber se um site é confiável e seguro para transações financeiras. A aposentada Fátima de Moraes, de 60 anos, teve o cartão de crédito clonado e utilizado por golpistas, mas a vítima não conseguiu identificar em qual site seus dados foram acessados por criminosos.
— Eles chegaram a fazer uma compra de R$ 1.800. A sorte é que cadastrei meu celular para receber um SMS sempre que o cartão for utilizado. Era um domingo à noite quando as compras começaram. Liguei imediatamente para o banco, que fez o cancelamento e estornou esse valor — diz a aposentada.
Entidades de defesa do consumidor alertam que as vítimas lesadas devem procurar seus direitos, primeiramente, através de contato com o banco ou a administradora do cartão de crédito, ou as lojas em que fizeram compras na internet, negociar com a empresa que causou a fraude para reaver valores ou reparar danos e recorrer à polícia através de Boletim de Ocorrência. De acordo com a pesquisa, a própria empresa onde ocorreu a fraude foi a principal instância que contribuiu para resolver o caso (32%), seguida dos órgãos de defesa do consumidor (20%) e da operadora do cartão de crédito (19%).
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Redação iBahia
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