Há quase 60 anos, a boneca Barbie se mantém um ícone da cultura pop mundial. Em meio ao debate político polarizado do Brasil , ela teve a imagem viralizada em uma série de memes que satirizam visões elitistas e preconceituosas no país. Nas postagens, a famosa personagem de olhos claros e cabelos lisos posa com artigos de luxo e se expressa em frases de apoio à meritocracia, ao racismo inverso e contra políticas de justiça social, por exemplo. O conjunto de texto e imagem revela a ironia e as críticas a estes pensamentos.
A maior parte dos memes satiriza a visão das chamadas "patricinhas" sobre políticas sociais. A página "Barbie Fascionista" - mistura da conhecida Barbie Fashionista com o termo político fascista - reúne 73,8 mil seguidores no Instagram. Em uma das postagens, que tem mais de sete mil curtidas, a boneca destaca que "nunca teve privilégios" por sempre ter trabalhado nas empresas da família e sofrido com a distância do parentes nos intercâmbios.
Outras publicações mostram bonecos da cor branca negarem haver discriminação no Brasil. Alguns posts ainda criticam o alarmismo de o "Brasil virar Venezuela" e a "esquerda caviar".
No Twitter, a conta "Barbie de Bem" zomba da expressão "cidadão de bem" - aplicada, no campo conservador, para definir pessoas de moral supostamente ilibada. Mais de 15 mil pessoas seguem a página, que divulga memes com críticas a privilegiados que condenam proteção a minorias sociais e ainda estende o questionamento a questões identitárias.
A "Barbie fascista", como o meme ficou conhecido, se espalhou nas redes sociais e serviu à produção de conteúdo político para os que veem hipocrisia na defesa da liberdade, sem projetos de igualdade social nem apoio proporcional a pautas progressistas. Há espaço ainda para críticas ao preconceito regional e ao elitismo.
Parte das postagens traz a inscrição da hashtag #PTNão - referência ao antipetismo que seria marca desse discurso conservador. Outras publicações mencionam #EleSim, uma alusão ao movimento cibernético que emergiu em oposição ao #EleNão, ato contrário ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Alguns dos posts ligam tais pensamentos preconceituosos a eleitores do militar. Durante a campanha eleitoral, o candidato negou ter atuação e plataforma discriminatórias.
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Redação iBahia
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