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Briga na internet: Dilma e Serra têm biografias falseadas pela boataria virtual

Enquanto os presidenciáveis protagonizam um vale-tudo religioso pela simpatia da audiência cristã, apoiadores trocam golpes baixos na rede

• 19/10/2010 às 17:01 • Atualizada em 26/08/2022 às 23:23 - há XX semanas

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A permissão do uso da internet na campanha expandiu o ringue eleitoral este ano e incluiu baixarias em larga escala. Enquanto os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) protagonizam um vale-tudo religioso pela simpatia da audiência cristã, apoiadores dos dois candidatos trocam golpes baixos na grande rede.

A acidez das críticas e, principalmente, as informações falsas divulgadas através de e-mails e redes sociais - como o Twitter, o Facebook e o YouTube -, transformaram o embate em uma espécie de telecatch eleitoral, aquele espetáculo encenado onde os lutadores assumem personagens toscos para deixar a briga mais saborosa.

A diferença para a luta entre Dilma e Serra é que os personagens não são incorporados voluntariamente por eles, mas atribuídos por eleitores contrários a suas candidaturas. Se os currículos de ambos saíssem exclusivamente dos boatos da web, o cenário que antecede o conflito do segundo turno poderia ser descrito da seguinte forma, segundo a boataria virtual:

No canto azul, Serra tiraria a fantasia de tucano para por a capa e a dentadura de vampiro. Os dentes ainda estariam sujos de petróleo porque, horas antes do embate, ele participou de mais uma rodada de negociações sobre a venda da Petrobras, do Banco do Brasil e da hidrelétrica de Itaipu a grupos estrangeiros.

Na plateia, estariam velhos companheiros dos tempos de militância no grupo esquerdista Ação Popular e que o teriam ajudado a explodir uma bomba no Aeroporto de Guararapes, em Pernambuco, em 1966. Duas pessoas morreram de fato no ataque.

No canto vermelho, vestida com a camiseta “Existe uma terrorista dentro ‘Dilmin’”, a candidata petista estaria sentada, com uma metralhadora no colo. Enquanto olha raivosa para o adversário, sua mulher, com quem reatou após as desavenças, faria massagens em seus ombros para controlar o nervosismo. Como foi proibida de entrar nos Estados Unidos, a luta não aconteceria em Las Vegas, mas em um ringue sujo em Cuba, ao lado de seus camaradas “comedores de criancinhas”.

Dilma tem sofrido mais que seu adversário nas campanhas difamatórias na internet. No caso da petista, a principal ferramenta é o e-mail. Através de cartas enviadas pelas correntes virtuais, quando os internautas reenviam correspondências aos seus contatos, foram distribuídas mensagens falsas de todo tipo.

Como o boato sobre uma ex-empregada, com quem Dilma teria se relacionado por 15 anos e que estaria exigindo pensão da petista na Justiça. Ou a mentira de que ela foi proibida de entrar nos Estados Unidos, por ter participado do sequestro do embaixador americano Charles Elbrick, em 1969. A candidata não se envolveu no episódio.

No caso de Serra, a maior parte dos ataques são feitos através de vídeos postados no YouTube. Contudo, o último golpe recebido pelo tucano veio do Facebook, rede social de compartilhamento de fotos e vídeos. Uma ex-aluna de sua mulher, Mônica Serra, postou em seu perfil que ela já se submeteu a um aborto.

Ódio - Para o professor Wilson Gomes, coordenador do grupo de pesquisa Comunicação, Internet e Democracia da Ufba, a militância passou de uma propaganda negativa, no primeiro turno, para um discurso de ódio no segundo. “São cidadãos não vinculados à campanha. A maioria do conteúdo é negativo. Os anônimos deixam para a campanha oficial dizer coisas boas”, explicou Gomes.

Segundo ele, a intenção não é convencer eleitores a mudar de voto, mas fortalecer a adesão a determinado candidato. “A maioria do material é tosca, com muitos erros de português. É material para quem já é convertido, para fortalecer a fé”, analisou.

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