Em 2016, 20% dos desempregados já procurava emprego por ao menos dois anos. Em quatro anos, entre 2012 e 2016, esse grupo de trabalhadores, que ficou ao menos dois anos procurando emprego, cresceu 53%. Esse contingente era de 1,5 milhão de pessoas em 2012, passando para 2,3 milhões no ano passado.
"A análise que fazemos é a crise está fazendo com que as pessoas levem mais tempo para encontrar trabalho, pois os grupos que mais cresceram são os que procuram por mais tempo, por ao menos um ano", analisa Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Renda do IBGE.
Também explodiu o grupo de brasileiros que ficou de um ano a menos dois anos buscando trabalho nesse mesmo período, passou de 978 mil pessoas em 2012 para 2,16 milhões em 2016, alta de 121%. Os dados foram divulgados pelo IBGE na manhã desta quinta-feira. O grupo que buscou trabalho entre um mês e menos de um ano cresceu 64,7% e o que procurou por menos de um mês teve alta de 30%.
Em 2016, 22,6 milhões de brasileiros estavam subutilizados. São as pessoas de 14 anos ou mais de idade que estavam sem emprego, na força de trabalho potencial - pessoas que não estavam trabalhando nem procurando emprego, mas que estavam disponíveis para trabalhar ou que estavam procurando mas não estavam disponíveis para trabalhar - ou subopcupadas, que trabalhavam menos de 40 horas por semana mas gostariam e estavam disponíveis para trabalhar mais. Esse grupo cresceu 24,3% em relação a 2015.
BAHIA TEM MAIOR TAXA DE DESEMPREGO
Em 2016, o estado da Bahia registrou a maior taxa de desemprego entre todas as unidades da federação, de 15,9%, em média no ano. A do Brasil ficou em 11,5%. Em seguida veio o Amapá, com 15,5% da força de trabalho desocupada, e depois Pernambuco, com 14,5%. Todos os estados mais o Distrito Federal tiveram taxas recordes de desemprego ano passado, desde o início da série histórica da pesquisa do IBGE, em 2012.
O Rio de Janeiro ficou praticamente em linha com a média nacional, ao registrar taxa de desemprego de 11,7% no ano passado. Em São Paulo ficou em 12,3%.
"O desemprego é mais alto na Bahia porque a população preta ou parda é maior, e esse grupo tem muito mais dificuldades de se inserir no mercado de trabalho. Não é questão de escolaridade, que nem é tão baixa na Bahia, é a questão da cor". analisa Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Renda do IBGE.
Nos últimos quatro anos, entre 2012 e 2016, foi em Pernambuco onde a taxa de desemprego subiu mais, 5,5%, de 9% em 2012 para 14,5% em 2016. Roraima foi onde ela cresceu menos, 1,3%, passando de 7,4% para 8,8%. No Rio de Janeiro passou de 7,5% para 11,7%, alta de 4,2%, e em SP saltou de 7,2% para 12,3%, alta de 5,1%.
DESEMPREGO ENTRE PRETOS E PARDOS É MAIOR QUE MÉDIA NACIONAL
As taxas de desemprego das pessoas de cor preta (14,4%) e parda (14,1%) ficaram acima da média nacional (12%) no 4º trimestre de 2016, enquanto a dos brancos situou-se em 9,5%. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira.
No 4º trimestre de 2016, 12,3 milhões de pessoas estava desempregadas no país, 52,7% eram pardos, 35,6% brancos e 11% pretos.
O contingente de ocupados (90,3 milhões de pessoas) era composto no 4º trimestre de 2016 por 41,7 milhões que se declararam de cor branca (46,2%), 39,6 milhões de cor parda (43,9%) e 8,1 milhões de cor preta (8,9%).
O rendimento médio real habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas no país foi estimado no 4º trimestre de 2016 em R$ 2.043. O rendimento dos brancos foi estimado em R$ 2.660 (acima da média nacional), o dos pardos em R$ 1.480 e o dos pretos em R$ 1.461 (abaixo da média nacional).
A taxa média de desemprego no país atingiu 11,5% em 2016 e o número de desempregados ficou em 11,8 milhões: os dois indicadores são recordes da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Em 2015, a taxa média do ano já havia disparado e ficado em 8,5%, com 8,6 milhões de pessoas desempregadas, contra os 6,8% do ano anterior.
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Redação iBahia
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