Em 2010, quando abriu o Brechó do Casarão, na Tijuca, Zona Norte do Rio, Simara Krau sentia preconceito com o uso de artigos usados. Sete anos depois, no entanto, o cenário é tão diferente que nem a crise é páreo para o negócio. Apesar de as peças vendidas diminuírem, o aumento no número de clientes que procuram itens a um preço menor ajuda a equilibrar as contas.
— Quando montei o brechó, entravam com o nariz em pé, desconfiados. Depois, começaram a curtir mais, até por conta da sustentabilidade. E, na crise, por causa da dificuldade financeira — conta Simara, de 53 anos.
De olho nisso, empreendedores têm apostado a cada dia mais no negócio. A analista e coordenadora de Moda do Sebrae/RJ Fabiana Pereira Leite acrescenta à lista de motivos a necessidade de dar vazão às compras em excesso.
— Tem muita gente que compra inúmeras peças no shopping e, quando chega em casa, nem sabe por quê. Aí quer se desfazer — explica.
O perfil de escoamento do próprio armário e de outros barateia os custos para abrir um brechó. Por outro lado, os lucros que devem ser divididos quando os itens vêm de amigos e parentes, por exemplo, diminui ainda mais o lucro em cima da venda de usados. Por isso, é importante ter um planejamento bem feito.
— O ideal é definir percentuais e projeções de venda e ver se é viável o negócio, diante dos custos mensais que o empreendedor terá, como a locação de imóvel, condomínio e outros — diz Fabiana.
Defina seu público-alvo para agir
Apesar das facilidades — o empreendedor pode se enquadrar na lei do microempreendedor individual (MEI) —, para se destacar é preciso um esforço a mais. A dica de especialistas é se posicionar.
— O segredo é segmentar seu cliente: definir um público, por gênero ou idade, por exemplo. E não tentar abraçar o mundo inteiro — avalia a consultora Elena Martinis.
Essa escolha ajuda a criar ambientes convidativos, sugerir looks e até usar redes sociais de forma direcionada.
Revendendo roupas de marcas voltadas para pessoas de alto poder aquisitivo, a dona do brechó Peça Única, em Niterói, Simone Ronzani, sabe que pode contar com a internet para falar com seu público conectado, por exemplo.
— Minhas vitrines são o Instagram e o Facebook. Lá é que as pessoas veem as roupas e me chamam se ficarem interessadas, e aí combinamos o atendimento, por hora marcada, no escritório — conta a empreendedora, de 38 anos.
Veja dicas para montar o seu negócio
Estoque - Não tenha em seu estoque produtos que não têm a ver com seu público. E mantenha os itens limpos, organizados e cheirosos sempre.
Composição de looks - Conhecendo seu público, é possível compôr looks numa vitrine ou num manequim que impulsione vendas por associação.
Ambiente - Arrume de acordo com o posicionamento. Um espelho bonito é importante para vender roupas de festa. Ter poltronas é bom para atender senhoras. E, em todos os casos, boa iluminação é fundamental.
Captação - Geralmente, há duas maneiras de captar roupas: comprar de terceiros — o que é arriscado — e consignar. Nesse caso, o dono do brechó avalia a peça e dá o preço. Se o dono concordar, assina um contrato, deixando a peça disponível por um período de tempo, sob o acordo de repasse de parte da quantia, se a venda for concretizada.
Parcerias e ações - Eventos nos brechós ajudam a proporcionar experiências e vencer uma disputa contra as compras virtuais. Propôr parcerias com um café ou um restaurante para promover degustações no espaço é uma boa opção.
Sebrae - Para agendar atendimento, ligue 0800 570 0800.
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Redação iBahia
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