O consumo de gás natural em setembro atingiu 79,22 milhões de metros cúbicos por dia, o maior volume desde junho de 2015, quando a demanda total foi de 79,3 milhões de metros cúbicos por dia. Esse volume representou um aumento de 9,7% em relação a agosto, quando foram consumidos 72,17 milhões de metros cúbicos diários. Já no acumulado do ano, nos nove primeiros meses a demanda do gás no mercado brasileiro aumentou 4,42%, de acordo com levantamento da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) a que o Globo teve acesso com exclusividade.
Segundo o gerente de Estratégia e Competitividade da Abegás, Marcelo Mendonça, os dados co mercado de gás natural de setembro já mostram uma importante retomada no crescimento econômico do país.
— Todos os segmentos registraram crescimento, com cenário positivo de crescimento. Segmentos como da indústria e do Gás Natural Veicular (GNV) registraram aumentos significativos na demanda — destacou Mendonça.
Para o executivo, o mercado de gás natural brasileiro terá condições de crescer significativamente quando houver agentes privados no setor — que hoje tem a Petrobras como único ofertante do produto e detentora da malha de gasodutos.
— O que hoje dificulta o aumento da oferta de gás ao mercado é a restrição do acesso aos dutos, com apenas um agente, que é a Petrobras — explica Mendonça. — A diversificação do mercado, com a entrada de outros agentes no setor, aumentaria a competitividade, reduziria custos e aumentaria a oferta de gás.
Ele lembra ainda que estão em discussão no Congresso Nacional várias mudanças no marco regulatório do setor.
GNV em alta
O segmento que registrou maior aumento na demanda nos nove primeiros meses do ano foi o de GNV, com 12%, saindo de 5,3 milhões de metros cúbicos/dia para 5,9 milhões de metros cúbicos/dia na média acumulada de janeiro a setembro deste ano. O gerente da Abegás destacou que, apesar dos recentes aumentos de preços do GNV aos consumidores, o produto continua sendo mais rentável em relação não só à gasolina como em relação ao etanol. Ele lembrou que o GNV é 47% mais econômico do que o etanol — enquanto este permite rodar 7,5 quilômetros por litro, com o GNV o carro roda 13,2 quilômetros por metro cúbico.
Mendonça destacou também o forte crescimento do consumo de cogeração (uso do gás para gerar energia elétrica e também gases para a produção industrial) , que aumentou 10% no acumulado dos nove meses do ano, passando de de 2,5 milhões de metros cúbicos/dia para 2,8 milhões de metros cúbicos/dia. De acordo com o executivo o maior uso do gás na cogeração é da indústria, mas ele também poderia ser utilizado pelo comércio, para a geração de eletricidade ou para aquecer a água em hotéis, clubes, ou hospitais, por exemplo.
Maior consumo na indústria
Outro destaque no setor foi o aumento do consumo a indústria: houve avanço de 4,8% no acumulado dos nove meses — passando de 27 milhões de metros cúbicos/dia para 28,3 milhões de metros cúbicos/dia. O consumo de gás pelas indústrias em setembro aumentou 6,47% em comparação a igual período do ano passado.
Já o consumo de gás para a geração de energia das termelétricas cresceu 7% nos nove primeiros meses do ano e 24,6% em comparação ao mês de agosto, com um total de 35,4 milhões de metros cúbicos por dia, contra 28,4 milhões de metros cúbicos no mês anterior.
Por sua vez, o consumo de gás natural industrial teve um aumento de 7,2% no acumulado do ano até setembro e 12,3% em relação ao mês anterior. De acordo com a Abegás, resultado reflete a expansão das redes de distribuição de gás natural, que hoje atendem a mais de 3,4 milhões de famílias.
O segmento comercial já acumula alta de 8,5% no ano, até setembro, e na comparação com o mês anterior a alta foi de 2,6%.
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Redação iBahia
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