Faltam apenas 60 dias para o fim do ano e, para muitos, o tão esperado 13º salário é mais que um dinheirinho extra: é uma necessidade para saldar dívidas. Segundo a Serasa, o índice de inadimplência aumentou em 4,2%, entre janeiro e setembro de 2014, em relação ao mesmo período do ano passado. Já são quase 60 milhões de brasileiros endividados.Mas entrar 2015 com as contas no azul não é uma tarefa fácil para quem acumula dívidas acima da receita mensal. Nossa reportagem analisou as despesas de três baianos que estão no limite das dívidas e pretendem mudar esta situação para melhorar a saúde financeira no novo ano que está chegando. A situação - mais comum do que pode parecer - pode servir de exemplo para você e outros conhecidos que também têm como meta sair do vermelho nos próximos dois meses.AliExpress traz ao Brasil maior festival de compras on-line do mundoClaro, Vivo e Oi fecham acordo para comprar TIMFazendo as contasA funcionária pública Ednalda Duran possui uma renda média de R$ 3.500 ao mês, e gasta mais de R$ 4 mil com as contas fixas, fora um débito que está renegociando com uma empresa de telefonia. Ela confessa que não controla as dívidas na ponta do lápis.“Não dá para pagar tudo com o salário, então a gente sempre usa um pouco do cheque especial ou compra no cartão”. Foi o que aconteceu também com o engenheiro Luís Silva, que ganha, em média, R$ 5 mil por mês e paga R$ 6.395 em despesas.Segundo ele, os gastos saíram do controle quando passou alguns meses desempregado e teve que pagar as contas com crédito do cartão e do cheque especial. “A falta de tempo e um pouco de desorganização financeira agravaram essa situação, mas voltei a trabalhar há 3 meses e já renegociei as dívidas”.O débito do cartão de crédito que chegou a R$ 12 mil foi renegociado e é pago em 10 parcelas de R$ 900. O microempresário Heron Oliveira diz que aprendeu a lição. Depois de ter o nome sujo por uma dívida com o cartão de crédito, ele agora prioriza as compras à vista.“Estou pagando a última parcela do débito este mês, mas já me acostumei a não ter cartão”. Ao quitar o passivo com a financeira, o microempresário vai voltar a ter as contas no azul, gastando, por mês, R$ 4.237,90 dos R$ 6 mil de renda mensal. Fora isso, só vai ficar devendo o saldo que falta para quitar o financiamento do carro, em média R$ 6 mil. “Com o que sobrar por mês vou fazer investimentos no meu negócio e me preparar para as contas do início do ano – IPTU, IPVA, etc.”, planeja.Lição para todos Pedimos ao economista e consultor financeiro Edísio Freire para analisar as contas desses três baianos endividados e, segundo ele, são casos possíveis de serem resolvidos até o final de 2014. “A funcionária pública Ednalda Duran tem um déficit mensal de R$ 672 e cobrir esse excedente com cartão ou cheque especial é algo perigoso para a saúde financeira dela”, avalia. O conselho do especialista é o de usar o 13º salário para amortizar a dívida e fazer uma reeducação financeira.“O volume de gastos com o cartão está muito alto para a renda mensal. Quando se trata de economia doméstica não tem mágica: ou aumenta a renda ou corta gastos. Nesse caso, o cartão parece ser o lugar ideal para cortes”. Na avaliação de Edísio Freire, a situação do engenheiro Luís Silva é bem mais grave. “Hoje, com a renda mensal, ele não consegue pagar as despesas de custeio e as dívidas, ficando com um déficit de R$ 1.395/mês. Despesas com cartão e cheque especial viram uma bola de neve, pois os juros só fazem a dívida aumentar”.Para o economista, a solução mais viável seria usar o 13º salário para pagar o cheque especial, que tem juros mais altos que o cartão. Como a dívida do cartão já está negociada, pode usar o que sobrar do 13º para adiantar algumas parcelas e até conseguir mais desconto.“Vale a pena também rever a prestação do carro, que está comprometendo 30% do salário dele, para ficar em, no máximo, R$ 1.300/mês, isso vai gerar um superávit de R$ 700 mensais”, calculou. Já o microempresário Heron Oliveira tem uma situação mais confortável e não está com orçamento estrangulado, de acordo com a avaliação do consultor financeiro. “Apesar de fechar o mês com superávit de R$ 160, o ideal seria poupar de 15% a 20% da renda.Mas, pagando a dívida com o cartão, a partir de janeiro, ele vai conseguir uma sobra mensal de R$ 1.763 e poupar os 15% da renda. Ao final de 2015, vai ter uma poupança que substitui os rendimentos de 13º salário e férias, já que, como empresário, não recebe esses dividendos”. Na opinião do especialista, a prestação do veículo de Heron também precisa ser revista. “Um carro mais barato cortaria custos com IPVA, combustível, seguro, manutenção. Como não tem rendimentos extras, não é interessante amortizar a dívida do carro, mas rever a prestação para, no máximo, R$ 1.500”, aconselha Edísio Freire.Financiamentos O especialista em finanças pessoais alerta para o cuidado que todos devem ter com financiamentos e empréstimos, que não devem comprometer mais do que 15% do orçamento mensal. “As pessoas não podem pegar vários empréstimos em diversas instituições financeiras. É uma questão de consciência saber o que pode gastar para não comprometer seu sustento”.Para quem tem dificuldade de se organizar, alguns sites oferecem o serviço de educação financeira gratuitamente, inclusive com planilhas e simuladores de contas, além de dicas sobre crédito, como poupar e espaço para tirar dúvidas. O site Meu Bolso Feliz, uma iniciativa do Serviço de Proteção ao Crédito – SPC, sugere até que tipos de gastos são indispensáveis, quais podem ser reduzidos e os que podem ser cortados do orçamento. O site Meu Bolso em Dia, da Febraban, também dá dicas sobre finanças pessoais.Correio 24h Quer sair do vermelho? Veja dicas para começar 2015 sem dívidas
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