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Redução da oferta

Seca na Bahia vai impactar na conta do mercado; entenda

Produção agrícola e pecuária na Bahia já é impactada por quase três meses de seca

Mari Leal • 11/12/2023 às 12:25 - há XX semanas

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“Se o campo não planta, a cidade não janta” é um dos principais lemas dos produtores rurais quando deseja escancarar a dinâmica para que o alimento chegue à mesa das pessoas nas mais diversas regiões. O alerta também está na base da preocupação com o avanço do período de seca que tem assolado diversas regiões da Bahia, sobretudo as estratégicas na produção agrícola e na pecuária.


				
					Seca na Bahia vai impactar na conta do mercado; entenda
Produção agrícola e pecuária na Bahia já é impactada por quase três meses de seca. Foto: Reprodução

De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), a severa estiagem no estado, que avança para o terceiro mês, já tem gerado impactos visíveis na produção de grãos, frutas, mel e de leite na Bahia. A insistência da realidade pode, em breve, impactar no custo da cesta básica no estado e no Brasil como um todo.

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A Bahia é um dos estados mais afetados pelas recentes e intensas ondas de calor que atingem o Brasil. Em novembro, mais de 100 cidades baianas, das regiões oeste, sul, extremo sul, norte e parte do sudoeste, experimentaram sensação térmica média de 40°C.

As ondas de calor têm se somado aos efeitos já conhecidos do El Niño, fenômeno sazonal que provoca estiagem nas regiões Norte e Nordeste nas estações mais quentes.

“A gente entrou num processo de estiagem bastante intenso, e o verão nem chegou ainda. A situação hoje já é muito grave. Os efeitos da estiagem estão por todo o estado. Têm impactado todas as culturas, e a gente ainda tem o mês de dezembro, janeiro e fevereiro, que é esse período quente pela frente. Isso já tem impactado a captação de leite no estado, a morte de animais, a produção de mel, de café”, destaca Guilherme Moura, diretor da Faeb.

Ele destaca que o aumento do custo de produção, a exemplo do replantio de 200 mil hectares que recentemente ocorreu na região oeste, ou a diminuição da oferta reflete diretamente no custo dos produtos nas prateleiras dos supermercados.

A dinâmica produtiva funciona em cadeia, segundo explica Moura. Logo, a redução da produção de grãos, por exemplo, impacta a oferta de alimento aos humanos duas vezes, reduzindo diretamente o produto nos supermercados, mas também interferindo na produção animal. Menos alimento na pecuária reflete na produção de leite e, consequentemente de seus derivados, além da oferta da carne.


				
					Seca na Bahia vai impactar na conta do mercado; entenda
Produção agrícola e pecuária na Bahia já é impactada por quase três meses de seca. Reprodução/Internet

“A Bahia é um dos grandes produtores da agropecuária. A gente termina exportando parte da produção. É um fenômeno que vai se estender por todo o país. Quando desorganiza um elo da produção acaba interferindo em outros”, avalia o diretor ao avaliar a situação em longo prazo.

Cidades baianas em estado de emergência

Na lógica do mercado de consumo, o preço de um determinado produto é também regulado pela dinâmica de procura e oferta. Se maior a oferta e menor a procura, o preço tende a cair. De igual forma, se a oferta é reduzida diante do aumento da procura, o preço tende a subir.

No mês de novembro, o custo da cesta básica na capital baiana sofreu redução, de acordo com Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). O valor em Salvador é o terceiro menor entre 17 capitais avaliadas pela pesquisa. Com isso, a cesta básica em Salvador está custando R$ 550 reais.

O valor médio segue a tendência observada pelos levantamentos neste ano de 2023 em relação a 2022.

Segundo a Faeb, 131 municípios baianos estão em situação de emergência por causa da escassez de chuvas.

Em números levantados pelo Departamento de Economia da entidade, a produção de leite informal na Bahia diminuiu mais de 50% no período.

A apicultura calcula perda acima de 50%, café 20%, banana 30% e a produção de caju também caiu pela metade.

O plantio de milho e feijão está totalmente atrasado nas regiões produtoras, e no oeste têm-se 21% de atraso de plantio e 200 mil hectares de replantio.

Os municípios com Decreto de Emergência reúnem mais de 371 mil produtores rurais, impactados diretamente, além dos trabalhadores rurais que também precisam do campo para sobreviver, somando uma área total de mais de 10 milhões de hectares.

Para Moura, a redução dos impactos climáticos sobre a produção no estado requer uma ação conjunta entre produtores e governos estadual e federal. No âmbito do Governo da Bahia, um grupo de trabalho foi montado para discutir ações a serem aplicadas nos próximos meses.

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