'Acreditamos que todos podem aprender', diz mentora de pedagogas

Essencial para o funcionamento de diversas instituições, os pedagogos e pedagogas atuam em empresas, escolas e órgãos públicos, por exemplo, como grandes "orientadores". Neste sábado (20), celebra-se o Dia do Pedagogo, uma oportunidade para refletir o papel desse profissional nos lugares em que ocupa.

Treinados para entender o processo de formação dos sujeitos, esses profissionais possuem uma atuação multidimensional através da qual planejam, comunicam e avaliam a instrução dos indivíduos em diferentes ambientes. Com esse propósito, os pedagogos e pedagogas são essenciais para ambientes educacionais, aos quais são comumente ligados.

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Além de docentes de formação, esses profissionais podem ocupar cargos de coordenação e desempenhar papeis chave em momentos de crise. "A gente estuda como ensinar as pessoas e [atuar] no processo de orientação. Ainda que a pedagoga não seja a formadora, ela é orientadora", pontua Jucineide Lessa de Carvalho (@jucineidecarvalho.educacao) em entrevista ao iBahia.

Apaixonada pela profissão, a pedagoga é doutora em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), possui 18 anos de carreira e atualmente ocupa o cargo de coordenadora pedagógica na Secretaria Municipal de Educação (SMED) de Salvador. Através das nas redes sociais, Jucineide fala sobre a carreira e os desafios da área. Experiente, Jucineide já atuou em 15 áreas da Pedagogia e hoje também é empreendedora, dando mentoria a outras profissionais.

Ela comenta que os desafios do trabalho são diversos e essenciais, uma vez que pedagogos e pedagogas são a base da formação educacional na Bahia. Em momentos de grande disseminação de fake news, por exemplo, o pedagogo é a figura que ajuda a alinhar professores, construindo uma a metodologia de ensino adequada à situação.

Uma forma de fazer isso, é incluir no planejamento de ensino aulas que preveem a distinção do que é fato ou opinião em um texto, seja ele qual for. "Quando tocamos no assunto fake news, estamos falando de algo que vai contra a cidadania, que prejudica a sociedade. Então, quando uma pedagoga organiza o seu planejamento, seu plano de ensino e ela utiliza, por exemplo, materiais como matérias jornalísticas, [ela] ajuda a preparar o estudante a identificar uma inverdade", comenta Jucineide.

No combate a violência nas escolas uma abordagem parecida é utilizada nas instituições, que desempenham um papel importantíssimo na construção de uma sociedade mais saudável. "[Esse é] um problema social, fruto de questões sociais que vem se acumulando. [Nesse contexto], os pedagogos e pedagogas tem estudado mais sobre a Cultura de Paz e tem buscado refletir mais sobre o papel da escola e da família no desenvolvimento da sociedade", pontuou a pedagoga.

Professor pesquisador

Base da educação, esse profissionais são versáteis e observadores, sempre em busca da construção de um ambiente mais saudável. Para Jucineide, o trabalho do pedagogo pede que ele seja sempre um professor pesquisador, em outras palavras, que ele esteja sempre atento às diferentes questões que perpassam a formação de um sujeito.

"O pedagogo é aquele profissional que, quando ocupa cargo de coordenação e gestão, não somente está diante do sujeito com quem trabalha, mas o observa. Observa os seus processos, como que aquele sujeito aprende e trabalha. [Através disso], o pedagogo pode colaborar com o caminho desse sujeito", explica ela.

Nesse sentido, a escuta e a sensibilidade são essenciais ao profissional de pedagogia, que deve sempre estar atento às necessidades de todos. Para Jucineide, o Dia do Pedagogo é uma oportunidade importantíssima de reflexão, uma vez que orientar formadores é um desafio que possui um papel social extremamente relevante.

Para isso, todo pedagogo parte da premissa maior da carreira: todos são capazes de aprender.

Não há profissional licenciado no nosso país que não tenha passado por um processo educacional planejado por um pedagogo. Nós acreditamos que todos podem aprender. Seja um deficiente, uma criança, um idoso, um adolescente, alguém que está privado de liberdade, na educação indígena ou quilombola: os pedagogos acreditam e planejam a aprendizagem das pessoas", enfatiza Jucineide.