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EDUCAÇÃO

Estudantes de escolas públicas vão ao cinema pela primeira vez

“Os poucos que já tinham ido a uma sala conheciam apenas as de shopping. Para eles, cinema e shopping são sinônimos", comentou o professor

• 30/10/2015 às 8:12 • Atualizada em 01/09/2022 às 2:56 - há XX semanas

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O que para alguns é rotina, para outros é um sonho. Uma ida ao cinema, por exemplo, é programa muito raro (ou, em alguns casos, inédito) para os quase 200 estudantes de escolas públicas que estiveram, ontem à tarde, no Espaço Itaú Glauber Rocha, na Praça Castro Alves. Os meninos e meninas foram convidados pela produção do XI Panorama Internacional Coisa de Cinema - que começou anteontem e vai até quarta - para assistir ao documentário Cinco Vezes Chico – O Velho e Sua Gente, sobre a luta pela sobrevivência das comunidades ribeirinhas do Rio São Francisco.

(Foto: Divulgação)

Alexandre Carneiro, 52 anos, professor de História da Escola Estadual Anfrísia Santiago, em Coutos, acompanhou 35 estudantes de 12 e 13 anos. “A experiência foi ótima, especialmente porque coincidiu com o tema que estamos estudando, que é a formação das civilizações e a importância dos rios”, afirmou. O professor disse que poucos de seus alunos tinham tido a experiência de ir ao cinema: “Os poucos que já tinham ido a uma sala conheciam apenas as de shopping. Para eles, cinema e shopping são sinônimos. Quando chegaram aqui, ficaram surpresos de ter um cinema na rua”.
Alexandre observa também que um dos obstáculos da ida dessas crianças ao cinema é o transporte, também oferecido pelo Panorama, assim como a pipoca e o refrigerante. “Tudo isso incrementa o programa, afinal, ir ao cinema não é só ver o filme. É também pegar a fila, pegar a pipoca, acompanhar o amigo... E muitos deles, infelizmente, não tem nem R$ 5 para o transporte”, lamentou o professor. Na terça, ele levará mais 80 alunos ao festival. O Panorama foi aberto anteontem, com a exibição do filme Tudo que Aprendemos Juntos, do baiano Sérgio Machado, que esteve na sessão, acompanhado de parte do elenco. O filme, sobre um professor de música clássica que muda a vida de estudantes de uma favela paulista, é protagonizado por Lázaro Ramos. “Quando eu estava dirigindo esse filme, não pensava se ia ter público, nem tinha como meta agradar à plateia. O que eu queria mesmo era fazer um filme em que esses meninos se sentissem representados”, disse o diretor, referindo-se ao elenco, formado por atores amadores que vivem em comunidades pobres de São Paulo.
O festival, que tem apoio do CORREIO, acontece também em Cachoeira. Hoje, no Glauber, será exibido, às 13h45, outro filme de Sérgio Machado, Aqui Deste Lugar, codirigido por Fernando Coimbra. O documentário mostra a mudança na vida de três famílias após aderirem aos programas de distribuição de renda do governo federal. O longa Tropykaos, de Daniel Lisboa, será exibido também no Glauber, às 20h10. O longa é um dos oito concorrentes à Mostra Competitiva Nacional e ao Prêmio CORREIO Walter da Silveira.
Correio24horas

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