Quem conclui o ensino médio, geralmente, se vê em conflito de escolhas devido às inúmeras possibilidades de carreira. Além dos cursos tradicionais de Engenharia, Direito e Medicina, existe, ainda, uma infinidade de outros segmentos específicos para cada área, o que confunde ainda mais a cabeça do estudante. A consequência, neste caso, pode ser insatisfação e desejo de mudar de profissão, no futuro. Para resolver isso, uma boa pós-graduação pode ser o caminho mais rápido e prático, desde que feita em áreas mais abrangentes e com menor quantidade de regulamentações. Por que buscar uma pós? Existem três explicações defendidas por Maria Angêla Costalino, diretora de pós-graduação da Universidade Salvador (Unifacs). A primeira delas e mais comum está relacionada aos estudantes que procuram um aprofundamento na área. A segunda faz referência às pessoas que estão satisfeitas com a graduação realizada, mas querem complementar o conteúdo com o de áreas distintas. E por último, estão os indivíduos que têm vontade de mudar radicalmente a carreira profissional. Estes precisam de uma atenção redobrada, pois, geralmente, estão indecisos. “Cabe à instituição dar todo o suporte necessário para fazer ele encontrar o caminho ideal”, acrescenta. Mudanças de carreira devem ser feitas de forma racional. “Não adianta a pessoa fazer uma pós em uma área, depois em outra e possuir um currículo confuso. Corre o risco de virar um profissional rejeitado. O ideal para quem quer investir em outra área é, de alguma forma, aproveitar o conhecimento da graduação realizada”, aconselha Costalino. “As pessoas hoje passam mais tempo no mercado de trabalho e, para não ficar atrás, devem procurar agregar novos conteúdos”. Um exemplo dado pela diretora é o de um médico que fez pós em gestão de pessoas. Ele abriu uma clínica e aplicou grande parte do conteúdo nas relações com os pacientes. E ainda, uma fonoaudióloga que fez pós em marketing e no local onde trabalha é a responsável por toda a organização interna do atendimento. Mas, se o indivíduo insiste na ideia de uma pós que não serve de complemento, deve procurar aquelas que envolvem cursos sem regulamentação. “Não dá para fazer uma pós em psicologia e acreditar que vai sair atuando como psicólogo”, acrescenta. Um exemplo de curso abrangente que facilita a entrada de pessoas com formações diversas é o de Moda. “Ele agrega moda, arte e contemporaneidade, não se limita apenas ao vestuário. Compreendemos o momento em que vivemos através de questões sócio-econômico-cultural”, conta Márcia Melo, coordenadora da pós graduação de Moda, Artes e Contemporaneidade da Unifacs. Ela explica que os alunos buscam com o curso uma contextualização no cenário contemporâneo. De acordo com Carlos Prates, consultor empresarial e responsável pelo Blog de Empregos do iBahia, “uma pós por si só não tem valor”. O estudante deve avaliar antes do investimento no curso se ela se encaixa no plano de carreira profissional. Se realmente a escolha for a migração de área, a pessoa deve, além da pós, buscar outras especializações no novo segmento que enriqueçam o currículo. Depoimento – Rodrigo Salem, 31 anos, trabalha atualmente na área de Controladoria e Finanças de uma indústria localizada em Salvador, no entanto, é graduado em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Logo depois de formado, ele resolveu investir em uma pós-graduação de Finanças na Universidade da Califórnia e para complementar o currículo fez mestrado em Administração com ênfase em Finanças, na Fundação Getúlio Vargas (FGV). “Me formei, mas nunca atuei na área jurídica. Tive experiência de estágio em uma empresa de Direito Tributário, muito próximo de Contabilidade. Quando me vi envolvido por assuntos da instituição, que em nada tinham a ver com Direito, notei que o meu futuro estava em outra área”, conta. Rodrigo afirma que não se arrepende do que fez. “O Direito me ajudou a ganhar mais embasamento e argumentação no dia a dia. Eu costumo analisar os contratos de banco da empresa, vejo se existe ali algo que pode comprometê-la. Além disso, tenho reuniões com advogados e mantenho um diálogo mais claro com a parte jurídica”.
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