Para relaxar no celular: apps permite que usuários meditem

Aperto no peito na espera pelo barulho de uma mensagem recebida. Dependência para conferir e-mails. Abstinência quando acaba a bateria. Quando desconectar é tarefa quase impossível, o celular pode causar estresse e ansiedade. Mas também é aliado do relaxamento. Aplicativos que oferecem massagens, meditação guiada, sons da natureza e até simulação de “plástico bolha” são alternativas para se acalmar.E têm até recomendação de especialistas: "Se você não pode ir ao Tibet meditar e, se naquele ônibus que perde duas horas no trânsito for possível fazer técnicas de relaxamento, seu cérebro está se beneficiando", diz a neurologista e diretora da clínica VTM Neurodiagnóstico Vanessa Muller.As vantagens pelo baixo custo, já que a maioria é gratuita, e fácil acesso são destacadas pela psicóloga Amaryllis Schvinger. Ela, porém, pondera sua utilização: "Na correria do dia a dia e mergulho na era digital, esses aplicativos são uma forma prática de relaxar. Mas, a eficácia depende do uso, a pessoa precisa se concentrar. Não pode fazer correndo algo que é para acalmar."Apesar de aprovar as ferramentas, a psicóloga Daniela Ervolino alerta para que elas não substituam o “ar livre”: "É importante buscar formas de relaxar fora do mundo virtual, como yoga, meditação, terapia, atividades em grupo e esportes, que promovem outros níveis de interação consigo mesmo, com o meio ambiente e com as pessoas."A velocidade das transformações tecnológicas nos deixa permanentemente atentos, diz o psiquiatra do Hospital Adventista Silvestre, Sander Fridman, mas é importante reconhecer o celular apenas como um recurso facilitar: "O aparelho não proporciona paz, ele nos inspira a buscar paz e soluções eficazes que estão dentro de nós."Desde que descobriu um aplicativo que imita sons da natureza, a estilista Olívia Cesário Alvim, de 24 anos, passou a dormir com o barulho. "Baixei o aplicativo, que não traz a mesma sensação que o barulho real, mas traz calma", diz Olivia, que também usou a ferramenta que imita o plástico bolha: "Não gostei, não chega nem perto de estourar ‘no mundo real’."