A deputada federal Erika Hilton cobrou a ação de pessoas brancas no combate ao racismo e à desigualdade, nesta sexta-feira (3), durante participação no Festival Liberatum, em Salvador.
Durante coletiva de imprensa, a paulista pontuou que não é papel apenas dos negros pensar o problema, já que ele parte do outro lado da sociedade.
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"Ainda hoje há uma forte resistência de toda a contribuição que a população negra tem prestado à população ao longo dos séculos, e repensar esse imaginário não depende só da população negra, depende da sociedade como um todo", disse.
"Não adianta a gente driblar a fome, a morte, a polícia, o cárcere, a baixa expectativa de vida, enquanto tiver uma sociedade que não olha e não reconhece esses desafios", completou.
Vídeo: Lucas Sales/iBahia
Erika também ressaltou que essa reflexão já vem sendo feita há muito tempo e os caminhos têm sido apontados, assim como propõe o evento.
"Se nós estamos aqui agora, é porque nós não cansamos de repensar esse lugar. Nós estamos pensando cotidianamente e driblando todas as adversidades que sabemos que não são poucas".
A deputada classificou como "falsa escuta" como o problema tem sido tratado e pediu que a sociedade "ouça de verdade" para haja resultados melhores.
"O olhar racista, o olhar estereotipado, o olhar que nos mata, não é nosso. Ele vem do outro. Então, talvez é preciso que o lado de lá repense", finalizou.
Festival Liberatum
Com o tema "Redesenho da Cultura Preta no Imaginário Popular", o painel que Erika Hilton participou foi o último do primeiro dia de Festival Liberatum. A programação segue até a segunda-feira (6).
Ao longo dos dias, outras potências devem discutir temas como igualdade, diversidade e inclusão. Entre elas, a atriz Angela Bassett, que será homenageada com o prêmio de Pioneira Cultural.
O show gratuito de encerramento será realizado no próximo domingo (5), com apresentações do grupo estadunidense Ground Zero Blues, e de artistas baianos como Lazzo Matumbi, Ilê Ayiê, Orquestra Afrosinfônica, Luedji Luna e Márcio Vitor.
