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Novembro negro

Secretário critica falta de apoio para o Novembro Negro em Salvador

Nas redes sociais, Pedro Tourinho disse que nenhuma marca manifestou interesse no apoio e fez comparação com outros eventos, citando racismo

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Iamany Santos

23/10/2023 às 17:00 - há XX semanas
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O secretário de cultura e turismo de Salvador, Pedro Tourinho, usou as redes sociais, nesta segunda-feira (23), para fazer críticas e um desabafo sobre a falta de patrocínio para a programação do Novembro Salvador Capital Afro.


				
					Secretário critica falta de apoio para o Novembro Negro em Salvador
Secretário de cultura e turismo de Salvador, Pedro Tourinho, usou as redes sociais, nesta segunda-feira (23), para fazer críticas e um desabafo sobre a falta de patrocínio para a programação do Novembro Negro em Salvador. Foto: Reprodução/Redes sociais

"Nunca vai entrar em minha cabeça que um mercado que se diz nacional, responsável e inclusivo invista mais num stand em um festival em São Paulo do que num mês inteiro de cultura negra em Salvador. A única saída para o Brasil é verdadeiramente investir em diversidade, o resto a gente já conhece.", escreveu Pedro Tourinho na descrição da publicação, no formato "carrossel", feita através do Instagram.

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No texto, Pedro cita algumas personalidades que estarão na capital baiana para compor discussões, eventos e outras programações. Angela Bassêt, Viola Davis e Victoria Monét estão entre os nomes internacionais convidados pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Salvador para o mês da consciência negra. Apesar da potência dessas personalidades, o secretário afirma que nenhuma empresa investiu na ideia.

"Salvo uma ou outra ação pontual, a prefeitura está apoiando tudo sozinha , pois nenhuma marca do pais chegou junto dessa programação. Nenhuma. Precisamos falar mais uma vez da concentração de recursos no eixo Rio/São Paulo, do verdadeiro ralo de patrocínios que os grandes festivais se tornaram, com as marcas gastando mais em ativações em Interlagos do que em todo o resto do país e, principalmente, no cinismo e na miopia cultural dos gestores de verbas e de suas agências", criticou Pedro.

Grandes nomes do cenário nacional como Alcione, Iza, Baco Luedji Luna, entre outros artistas negros também farão parte dos dias de programação. Com rodadas de acelerações de negócios e tecnologia para empreendedores negros, exposições e a inauguração do Museu de Cultura Afro-brasileira da América Latina (Muncab) fazem parte dos eventos que acontecerão em novembro.

Para Pedro, a diferença entre a remuneração para artistas e profissionais brancos e negros é também um reflexo do racismo, o que também afeta o fomento a iniciativas culturais.

"A forma como o LAB Fantasma foi tratada no caso Bauducco, a diferença de remuneração entre artistas e profissionais brancos e negros, a falta de diversidade na mesa que decide, a falta de letramento e empatia dos brancos que estão com a caneta na mão, o cinismo com que distribuem gorjetas para colorir um outro frame para ficar bem na fita, o racismo, o racismo enraizado no cerne das decisões", escreveu o secretário.

Ao fim do texto, o secretário de cultura faz um convite as marcas e chama atenção para a necessidade de investir, de fato, em iniciativas que estimulam a diversidade. "meus amigos, potencializar a diversidade é a punica saída para nosso país. Venham. Serão muito bem recebidos e tudo custará muito barato diante da transformação que a cultura oferece.", finaliza.

Confira o texto na íntegra:


				
					Secretário critica falta de apoio para o Novembro Negro em Salvador
Foto: Reprodução/Redes sociais

"Um alerta/desabafo aqui.

Em Novembro Salvador irá receber mais de 20 eventos produzido por e para pessoas negras. Vamos receber artistas internacionais do nível de Viola Davis, Ângela Basset, Victoria Monét, artistas nacionais como Alcione, Iza, Baco, Luedji Luna, teremos rodadas de aceleração, negócios e tecnologia para criativos e empreendedores negros, vamos inaugurar com a exposição “Um Defeito de Cor”a primeira etapa do maior museu de cultura afro-brasileira da América Latina, o Muncab, e teremos uma edição especial do carnaval apenas com os blocos afros da cidade, comemorando seus 50 anos.

Salvo uma ou outra ação pontual, a prefeitura está apoiando tudo sozinha, pois NENHUMA marca do país chegou junto dessa programação. NENHUMA.

Precisamos falar mais uma vez da concentração de recursos no eixo Rio São Paulo, do verdadeiro ralo de patrocínios que os grandes festivais se tornaram, com as marcas gastando mais em ativações em Interlagos do que em todo resto do país e também, e principalmente, no cinismo e na miopia cultural e social dos gestores de verbas e de suas agências.

A forma como o LAB Fantasma foi tratado no caso Balducco, a diferença de remuneração entre artistas e profissionais brancos e negros, a falta de diversidade no mesa que decide, a falta de letramento e empatia dos brancos que estão com a caneta na mão, o cinismo com que distribuem gorjetas para colorir um ou outro frame para ficar bem na fita, o racismo, o racismo enraizado no cerne das decisões.

Ainda há tempo: se não dá pra investir esse ano, convido os gestores de grandes verbas, de marcas que podem ter um impacto gigantesco na vida do povo desse país, a passar uns dias em Salvador e entender, sentir, ver com os próprios olhos a potência do que está acontecendo aqui. Meus amigos, potencializar a diversidade é a única saída para nosso país. Venham. Serão muito bem recebidos e tudo custará muito barato diante da transformação que a cultura oferece.

Quem tiver interesse em somar, me manda uma mensagem aqui por direct ou me procura diretamente para encaminharmos fazermos as pontes entre as marcas e os empreendedores: +55 (71) 98791-6064."

*Sob supervisão do repórter Alan Oliveira

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