Rodeado pela família, Gil convida o parceiro Caetano para uma homenagem à amiga Gal

Pouco antes das 21h, todos os olhos e ouvidos se voltaram para o palco Cais do FV23, que recebeu um dos shows mais aguardados da noite. O anfitrião Gilberto Gil chegou bem acompanhado pela família, que marcou presença na banda: os filhos José (bateria), Bem (guitarra) e Nara (vocais), os netos João (baixo) e Flor (vocais), e a nora Mariá Pinkusfeld (vocais) foram apresentados logo no início. A presença dos familiares no grupo é uma marca da nova turnê do artista, "Nós a gente", que passará por Salvador nos dias 30 de junho e 01 de julho.

Gil já começou a apresentação com uma sequência de hits: "Tempo Rei" e "Vamos Fugir", clássicos presentes no álbum "Raça Humana", de 1984 e "A Novidade", parceria com Os Paralamas do Sucesso, levantaram o público sem muito esforço. O coro uníssono de "Gil, eu te amo" foi respondido afetuosamente pelo artista: "É recíproco, eu também amo vocês todos".

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Em uma breve parada para ajustes técnicos, a plateia puxou um coro em apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Já está lá, ele está lá. Tomara que possa trabalhar, tomara que deixem que ele trabalhe, tomara que o povo brasileiro compreenda o fato de que ele esteja substituindo uma turma que estava aí e não estava propriamente dando conta do recado", respondeu o artista, que seguiu interagindo com a audiência e observou o grande comparecimento do público no FV23: "A cidade está cheia, não é? Dois anos sem o festival, agora voltou com uma roupa nova, novos conceitos, novas formas de abordar a imensidão que é a música popular no Brasil".

Resolvidos os problemas técnicos, Gil seguiu o show com outros sucessos do seu cancioneiro: "Back in Bahia", do clássico álbum "Expresso 2222", de 1972, e "Esotérico", gravada primeiramente pelos Doces Bárbaros, grupo que formou em parceria com Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa (1945-2022), nos anos 70. Na sequência, o artista cantou dois megahits do início da década de 80, "Andar Com Fé" e "Palco".

Eis que chega o momento mais esperado: o encontro de dois dos maiores ícones da música popular brasileira. Caetano Veloso foi chamado ao palco Cais para dividir os microfones com Gil em "São Salvador", composição de Dorival Caymmi, como uma homenagem a Gal Costa. Também houve espaço para "Sem Samba Não Dá", música presente no álbum "Meu Coco", lançado por Caetano em 2021.

Gil e Caetano seguiram homenageando Gal ao interpretar "Divino Maravilhoso", parceria dos dois, gravada pela cantora em 1969. "Gil e eu fizemos uma porrada de canções ao longo da vida, mas raramente fomos parceiros em canções porque nós dois fazemos letra e música. Nesse caso é uma das poucas e muito fortes, pra nós, parcerias em composição de canção.

E a gente compôs essa canção para ser cantada por Gal Costa. E a gente vai cantá-la aqui, agora, em homenagem à grandeza dela, que não se acaba", disse Caetano, mostrando a camiseta que vestia com o nome da artista e amiga.

Em resposta, o público gritou o nome de Gal em uníssono.O show foi se encaminhando para o fim com dois hits dançantes de Caetano: "Odara", de 1977, e "A Luz de Tieta", de 1996, cantados a plenos pulmões pela plateia. Terminando em grande estilo, Gil colocou todo mundo para balançar ao som de "Toda Menina Baiana" (1981). Mais do que um encontro musical, a apresentação de Gil e Caetano no palco do FV23 foi uma celebração familiar e fraternal. Um espetáculo para ficar na história.

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