Há exatos sete meses, era aplicada a primeira vacina contra a Covid-19 no Brasil. Agora, a discussão não é mais sobre se e quando teremos doses suficientes para toda a população, mas sim se já é hora de preparar estoque para uma possível terceira aplicação em pessoas completamente imunizadas. A possibilidade, inicialmente tratada mais fortemente nas esferas estadual e municipal, agora já é considerada abertamente por pessoas do governo federal. A secretária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite Melo, afirmou nesta segunda-feira (16) que uma parte da população poderá precisar desse reforço e admitiu distribuir lotes para este fim ainda neste ano.
“Se formos pensar numa terceira dose, estamos calculando trabalhar priorizando determinados grupos. Só que a gente não decidiu ainda se teremos ou não terceira dose. Outras variáveis são analisadas. Nossa câmara técnica tem outra reunião esta semana para definir principalmente a parte dos estudos científicos. Mas conseguiríamos fazer (a distribuição da terceira dose) neste ano, sim”, disse Rosana, durante sua participação na reunião da Comissão Temporária da Covid-19 no Senado
Na última sexta-feira (13), dia em que os Estados Unidos anunciaram a aplicação da terceira dose da vacina da Pfizer em pacientes com comprometimento do sistema imunológico, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pediu à farmacêutica informações sobre os estudos que indicariam a importância desse reforço. Outras análises avaliam cenários com doses extras em pessoas duplamente vacinadas com AstraZeneca.
E está previsto para os próximos dias o início de um estudo no Brasil com quem já recebeu duas doses da CoronaVac. A pesquisa, encomendada pelo Ministério da Saúde à Universidade de Oxford, vai recrutar 1.200 voluntários para testar a terceira aplicação com os quatro imunizantes em uso hoje no país: parte dos participantes receberá a própria CoronaVac, um segundo grupo tomará a AstraZeneca, outro a Pfizer e o último a Janssen.
Chile e Uruguai já anunciaram que aplicarão uma dose de outro fabricante em quem tomou duas da CoronaVac. Rosana Leite Melo disse que o ministério está preocupado com o avanço da cepa Delta, que tem levado a um aumento de casos mesmo em locais com muitas pessoas vacinadas. Presidente da Comissão Temporária da Covid-19 no Senado, Confúcio Moura (MDB-RO) lembrou que o também senador Otto Alencar (PSD-BA) foi infectado, mesmo tendo tomado duas doses, e citou a morte na semana passada do ator Tarcísio Meira, que já tinha completado a imunização.
— Pode ter sido por conta não só do imunizante, mas principalmente por ser alguém acima dos 80 anos. Essas observações nos darão subsídios para definir qual é o tempo da terceira dose. Será que utilizaremos com o mesmo intervalo? Utilizaremos um tempo maior? Ou será que teremos dose de reforço? — questionou a secretária.
A perda de efetividade da vacina entre os mais idosos está ligada ao funcionamento do corpo humano. Em pessoas de idade avançada, o que barra o pleno funcionamento do imunizante é um fenômeno chamado de imunossenescência, que faz com que o sistema imunológico tenha mais dificuldade em desenvolver uma resposta adequada às doenças, sobretudo às novas. Esse é um dos principais argumentos a favor da terceira dose.
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Redação iBahia
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