Um anel vaginal pode ser uma nova arma para combater o avanço do vírus HIV entre a população feminina. Hoje, adolescentes e mulheres entre 15 e 24 anos respondem por cerca de um quinto de todas as novas infecções, e a solução liberta as mulheres da dependência dos homens no uso do preservativo. Em testes, ele foi capaz de reduzir os riscos de contágio em 56%.
— Se você puder dar às mulheres a oportunidade de se protegerem numa forma completamente confidencial, será um grande passo para ajudá-las — comentou Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA, em entrevista à BBC. — Em sociedades onde as mulheres são, infelizmente mas verdade, como cidadãos de segunda classe, elas são extremamente vulneráveis a serem infectadas com HIV.
O anel vaginal é flexível, do tamanho dos diafragmas usados como anticoncepcionais, e é colocado no colo do útero. Ele libera uma droga antirretroviral, chamada dapivirina, que atua no organismo durante o período de um mês, quando ele deve ser substituído.
No mais recente experimento, os cientistas testaram a adoção do método por adolescentes americanas. Durante seis meses, 96 garotas sexualmente ativas, entre 15 e 17 anos, fizeram uso do anel. Os resultados mostraram que 87% delas tiveram níveis detectáveis da droga na vagina, 74% disseram não perceber o anel no dia a dia, e 95% consideraram o anel de fácil uso.
Existia a preocupação antes dos testes se os parceiros das meninas gostariam ou não do anel, mas eles relataram aumento do prazer. Os resultados foram apresentados nesta terça-feira, na Conferência IAS sobre o HIV, que acontece em Paris.
— O HIV não distingue entre uma menina de 16 anos e uma mulher de 18 — disse Sharon Hillier, da Universidade de Pittsburgh. — Acesso a métodos de prevenção ao HIV seguros e efetivos também não deveriam, jovens mulheres de todas as idades devem ser protegidas.
Agora, os pesquisadores planejam testes com adolescentes na África, continente mais atingido pela epidemia global de Aids. Caso o anel vaginal consiga aprovação regulatória, ele será o primeiro método de prevenção exclusivamente para mulheres.
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Redação iBahia
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