A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) lançou, nesta quarta-feira (2), nova ferramenta – denominada o D-TISS – que permite a pesquisa sobre procedimentos realizados por beneficiários de planos de saúde em todo o país. O sistema possibilita acesso a dados sobre a quantidade de procedimentos realizados por médicos, laboratórios, clínicas e hospitais conveniados a operadoras de planos de saúde e a visualização dos gastos com despesas assistenciais nos hospitais de todo o país, separando por estados, sexo do beneficiário e porte da operadora. A informação foi dada à Agência Brasil, pela diretora de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Martha Oliveira, que participou, no centro do Rio de Janeiro, do seminário internacional A Organização da Prestação de Serviços e Financiamento em Saúde: perspectivas no Brasil e no mundo”. O encontro reuniu instituições nacionais e internacionais que apresentaram suas experiências sobre modelos de prestação de serviços e de financiamento em saúde. O D-TISS já pode ser acessado a partir de duas áreas do portal da ANS: Espaço da Qualidade e Dados do Setor. Trata-se de desdobramento do Padrão TISS, com informações apresentadas em um formato de fácil acesso, disponível para o público em geral. Entre as vantagens da implantação do novo sistema, Martha Oliveira, destacou o fato de que ele vai propiciar a padronização de todas as trocas de informações e dos procedimentos em saúde suplementar no país. “A gente vem reorganizando o setor há quase uma década. Antes cada hospital ou agente de saúde passava para a operadora a guia de forma diferenciada, sem padrão e sem que as comunicações sobre os procedimentos falassem entre si. Com a implantação do TISS [que acabou gerando o sistema D-TISS], ao longo dos últimos de 8 anos, passamos a receber, a partir do ano passado, todos os dados padronizados”, disse Martha. Segundo ela, durante este ano a ANS passou a organizar todo o sistema para melhor ler e entender os dados fornecidos. “Pela primeira vez, vamos ter uma radiografia dos atendimento hospitalares na saúde suplementar. Tudo o que foi feito, onde e por que foi feito, em que lugar e a que custo”. Martha Oliveira ressaltou que o sistema ainda se encontra “em uma versão–teste”, mas que agora, pela primeira vez, as informações estão sendo disponibilizadas de forma unificada para o setor. “Apesar de ainda ser uma versão–teste, todo mês nós vamos colocando mais procedimentos. A ideia é que ela sirva para se ter uma ideia geral do setor e acabe sendo transformada na versão final”, disse. A base de dados do aplicativo D-TISS conta também com indicadores internacionais de países que integram a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), formada por mais de 30 nações, incluindo o Brasil. “Essa é a primeira vez que planos de saúde, prestadores de serviços e consumidores têm acesso aos dados epidemiológicos e financeiros de forma detalhada em uma única área. O D-TISS é uma importante ferramenta de acesso a informações e mais um incentivo da ANS em prol da transparência de dados do setor, beneficiando a pesquisa sobre os procedimentos realizados na saúde suplementar”, afirmou a diretora de Desenvolvimento Setorial da Agência. “Com ela, é possível não só conhecer melhor o mercado de planos de saúde como também ter uma visão panorâmica do setor, permitindo comparação de dados com distribuição geográfica, algo estratégico para a saúde suplementar”, concluiu. Em relação à visão financeira, as informações disponibilizadas indicam, ainda, que o D-TISS permite o acesso aos valores da despesa mínima, média e máxima dos procedimentos, com a possibilidade de geração de um gráfico produzido a partir dos dados disponíveis no sistema informação. “Os filtros por estado, faixa etária, sexo, porte da operadora e competência também poderão ser utilizados”. Mesmo em fase de teste, o D-TISS disponibiliza um conjunto de informações relativas a operadoras selecionadas, a partir da qualidade e consistência dos dados assistenciais e financeiros, com 57 procedimentos de cobertura obrigatória pelo rol da ANS. A ideia é que, gradativamente, sejam incluídos no sistema os dados de mais operadoras e novos procedimentos. A apresentação de informações de indicadores nacionais e internacionais relacionados aos procedimentos “busca integrar os dados de utilização dos serviços de saúde com uma base técnico-cientifica que apoie a tomada de decisão de todos os agentes, propiciando uma visão ampla do setor e compartilhamento de conhecimentos sobre a área”, informou a ANS. O lançamento do novo aplicativo faz parte de uma série de medidas em prol da transparência das informações da saúde suplementar. Em novembro, a agência publicou a Resolução Normativa nº 389, que obriga as operadoras a criar áreas em seus portais para divulgação de informações para os contratantes de planos de saúde. “Para cumprir essa normativa, a partir de 2016, as operadoras de planos de saúde deverão criar, em seus portais na internet, uma área exclusiva com informações individualizadas do beneficiário de plano de saúde e uma área destinada às empresas contratantes de planos coletivos.
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