Não é novidade para ninguém que os animais de estimação são uma excelente companhia e trazem bem-estar ao nosso dia a dia. O que muitas pessoas não sabem é que os pets também podem auxiliar na recuperação de pacientes que estão passando por algum tipo de tratamento.
A psicóloga clínica, especialista em análise do comportamento e intervenções assistidas por animais, Kíssia Minelli, e sua parceira de trabalho Mafalda, uma Golden de 8 anos, começaram a trabalhar juntas em 2014.
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No começo elas faziam visitas recreativas a abrigos, para que Mafalda pudesse interagir com os idosos. Depois elas passaram a fazer atendimentos em clínicas, com adolescentes e adultos que sofriam de depressão, e crianças com problemas comportamentais. E os resultados, segundo Kíssia, são satisfatórios.
“O que eu percebo muito com os clientes que a gente atende, é uma construção de vínculo, uma abertura maior para falar sobre questões que são mais difíceis, muito pela presença de Mafalda. A gente vê muitos resultados, principalmente na terapia”, pontuou.
Não são todos os pets que podem trabalhar com intervenções assistidas. Mafalda, por exemplo, é naturalmente sensível, dócil e interage bem com as pessoas. Além disso, ela passou por um processo de adestramento para trabalhar como co-terapeuta.
“Mafalda trabalha, mas com o que ela quer para ela, ela se diverte também. Temos que pensar que nesses tratamentos o cão tem o temperamento dele e tem que ser respeitado”, ressaltou.
Mafalda não está sozinha nesse trabalho. Os labradores Angus e Thor também são co-terapeutas que auxiliam pacientes em reabilitação e em outros tipos de tratamento. A psicóloga especialista em terapia cognitivo comportamental e com formação em intervenções assistidas por animais, Tatiane Seixas, explica que existem três possibilidades de atuação nesse tipo de trabalho.
"A gente pode atuar a nível da própria terapia em si, que são intervenções terapêuticas que a gente faz a inclusão desses animais. Pode ser a atividade assistida, que é quando visitamos animais, quando usamos para fim de entretenimento. E para fins educacionais", listou.
Angus e Thor estão sempre presentes em uma clínica de tratamento de câncer, na capital baiana. Lá, segundo Tatiane, eles têm o papel de apoiar emocionalmente os pacientes.
“A gente quer reduzir a ansiedade dos pacientes que estão em quimioterapia. Ele atua ali como apoio emocional. Já quando a gente atua no hospital, ele está ali para trazer entretenimento, para o paciente se sentir mais em casa”, explicou.
Os resultados dessas visitas são surpreendentes e emocionantes. “Eles ajudam desde a redução de dor no dia da visita, pacientes que passam a interagir mais, mais comunicativos com a equipe. Os pacientes costumam agradecer muito, se sentem acarinhados”.
Para ser um co-terapeuta, o cão precisa ser dócil, gostar de interação com humanos e ter aptidão para treino. Além disso, ele deverá passar por uma avaliação de um médico veterinário especialista em comportamento animal.
Redação iBahia
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