Uma complicação frequente na Síndrome do Pânico, vou chamar de SP, é o medo de passar mal e não ter ninguém por perto para acudir. Esse temor é forte o suficiente para impedir muitas pessoas de sair de casa sozinhas, precisam de alguém que as acompanhe. O medo é tamanho que muitos pacientes acabam restringindo suas vidas a lugares que consideram seguros, como a própria casa. Passam também a evitar lugares com grandes aglomerações de pessoas, como centros de compra, ou ainda locais fechados, como aviões, cinemas, ou ficar preso no carro com o trânsito congestionado, já que podem sentir que a saída é difícil em caso de emergência.E é aí que o celular pode ser de grande ajuda. Para essas pessoas, o fato de poder chamar alguma pessoa, entrar em contato com serviços médicos de emergência ou acessar grupos de apoio nas redes sociais, dá segurança suficiente para enfrentar situações ou locais que normalmente evitaria pelo "medo de ter medo", pelo temor de ter um ataque e não ter ninguém para ajudar. É como se estivessem acompanhadas o tempo todo de alguém disponível para auxiliar, uma necessidade bem comum nos pacientes com SP.Esse fenômeno é parecido com o que acontece às pessoas que levam um remédio no bolso por acreditar que podem necessitar. Provavelmente não vão ter que tomar, mas o fato de saber que a medicação está ali em caso de necessidade dá grande segurança e conforto. Essa é uma "muleta" importante para quem sofre de SP, de grande ajuda, mas não pode ser considerada uma solução definitiva. O problema é que a pessoa pode desenvolver dependência a essa forma de comunicação e gerar um novo medo, agora de ficar sem sinal de celular ou sem acesso à internet.Esse temor pode causar grande desconforto em qualquer pessoa, mesmo em quem não sofre da SP, e é chamado de Nomofobia. Mesmo para pessoas que não sofrem de TP, ficar incomunicável, longe de um telefone, ou ainda fora da área de cobertura ou sem bateria, pode gerar desconforto a ponto de necessitar de tratamento. Para quem sofre do TP esse medo de ficar sem comunicação também pode acontecer, e deve ser considerado no plano de tratamento da SP.Um dos grandes objetivos do tratamento da SP não é apenas ficar livre dos sintomas, mas também retomar a autonomia, a segurança nas próprias capacidades de enfrentar as situações da vida, por mais corriqueiras e comuns que possam parecer a quem não sofre desse transtorno. O celular é uma "muleta" bastante útil a quem sofre da Síndrome do Pânico, mas deve ser considerado exatamente como o nome "muleta" sugere, uma solução auxiliar e provisória que, quando utilizado de modo controlado e consciente, é de grande utilidade.Todo tipo de ajuda deve ser considerado na SP, já que é um problema relativamente comum, afeta algo em torno de 4 % da população, sendo que as mulheres têm de 2 a 3 vezes mais chances de desenvolver o transtorno. O sintoma principal é um medo intenso, pavor mesmo. As crises são repetitivas e muitas vezes aparecem sem nenhum motivo. O pavor é acompanhado de sensações corporais como tremores, falta de ar ou aperto no peito, aceleração dos batimentos cardíacos, calafrios, sensação de formigamento, sensação de irrealidade ou de estar distanciado de si mesmo, além de medo de perder o controle, enlouquecer ou morrer.
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Redação iBahia
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