Com a chegada do verão, um assunto preocupa ainda mais os médicos: o câncer de pele. O tipo não melanoma é o mais frequente do país, representando 30% dos tumores malignos registrados. A estimativa do Inca para 2018 e 2019 é de 165.580 novos casos. Já o tipo melanoma corresponde a apenas 3% dos registros de câncer de pele no país. Apesar de mais raros, são os mais agressivos, devido à alta possibilidade de metástase.
Com baixo índice de mortalidade, o câncer de pele não melanoma apresenta grandes chances de cura quando diagnosticado precocemente. No entanto, é preciso esclarecer os boatos em torno da doença para que possa ser prevenida e tratada corretamente. Frederico Muller, oncologista clínico da Fundação do Câncer, selecionou cinco principais questões quando o assunto é câncer de pele, esclarecendo mitos e verdades, além de dar dicas de como se prevenir nesse verão.
O protetor solar só deve ser usado em ambientes abertos e apenas quando há sol.
MITO.
A necessidade de proteção solar vale, inclusive, para quem está em locais fechados, já que a iluminação de lâmpadas fluorescentes e aparelhos como televisões e computadores também podem contribuir para o desenvolvimento do câncer de pele. É importante lembrar que filtro solar também é indispensável mesmo em dias nublados, pois as nuvens encobrindo o sol não impedem a radiação solar.
Os melhores horários para se expor ao sol são antes das 10h e depois das 16h.
VERDADE.
Essa recomendação se deve ao fato de que entre 10h e 16h ocorre a maior incidência de raios UVA e UVB, os maiores causadores do câncer de pele. Mesmo nos horários fora deste período, é recomendado usar filtro solar no corpo e nos lábios, com fator de proteção a partir de 30, e que deve ser reaplicado a cada 2h ou menos, se a pessoa estiver suando muito ou em contato com a água. É ideal usar também proteção como chapéus, bonés e roupas que cubram o corpo, com proteção contra os raios UV. Para quem preferir, há filtros solares oil free em forma de spray ou aquagel para o couro cabeludo. Se for à praia ou piscina,
se proteja com guarda-sol de algodão ou lona, já que os de nylon deixam passar 95% dos raios UV. E não devemos esquecer os óculos escuros com proteção contra os raios UV porque, ainda que não seja comum, as lesões de pele podem atingir os olhos.
Importante ressaltar: todos os produtos aplicados na pele devem ser dermatologicamente aprovados.
A exposição excessiva ao sol é o único fator de risco do câncer de pele.
MITO.
A exposição aos raios UV é, de fato, a principal causa de câncer de pele, mas outros fatores também podem provocar a doença. A câmara de bronzeamento artificial é altamente arriscada, por isso foi proibida no Brasil. Pacientes que têm baixa imunidade e fazem tratamento com medicações imunossupressoras também apresentam mais chances de desenvolver câncer de pele, assim como, pessoas que foram expostas a gás mostarda ou que trabalham com refino de petróleo.
Pessoas de pele negra não têm câncer de pele.
MITO.
Esse é um dos maiores mitos em relação ao câncer de pele. Pessoas negras têm, de fato, menos chance de desenvolver a doença, mas isso não é um motivo para deixarem de se cuidar. É necessário estar sempre atento aos sinais do corpo, já que a maior quantidade de melanina na pele pode, inclusive, dificultar a percepção de uma nova lesão. Além dos negros, as crianças também são menos acometidas pelo câncer de pele, com exceção dos casos em que os indivíduos já são portadores de doenças cutâneas.
Pessoas de pele e olhos claros possuem mais chances de desenvolver câncer de pele, por serem mais sensíveis à ação dos raios solares. Quem possui histórico deste tipo de câncer ou doenças cutâneas na família também se enquadra nesse grupo de risco, bem como pessoas a partir de 40 anos de idade. Porém, com a constante exposição de jovens aos raios solares, a média de idade dos pacientes diagnosticados com a doença vem diminuindo.
A remoção cirúrgica da lesão é o principal tratamento para o câncer de pele.
VERDADE.
Nos casos de câncer de pele em que não há metástase, ou seja, a lesão é localizada, a cirurgia costuma ser eficaz. Já os melanomas, diferentemente dos não melanomas, têm maior possibilidade de metástase. Nesses casos, é necessário fazer uma avaliação médica do paciente para definição da forma de tratamento mais indicada, conforme o estágio da doença.
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Redação iBahia
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