Há quem diga que o ciúme é necessário para o casamento, já que é uma maneira de demonstrar preocupação e interesse pelo outro. Por outro lado, pode ser difícil dosar esse sentimento de forma tão equilibrada. Portanto, até que ponto o ciúme é normal e em que momento ele se torna patológico?
Segundo Marina Simas de Lima, psicóloga, terapeuta de casais e cofundadora do Instituto do Casal, o ciúme pode ter significados diferentes para cada pessoa. “Para alguns pode representar falta de confiança, para outros pode representar cuidado um pelo outro. Em alguns casos pode aumentar a libido ou, contrariamente, produzir raiva e afastamento. O mais importante é compreender a relevância dele para a relação, se está baseado em fatos reais e se sua função é positiva, gerando aproximação do casal e reconexão, ou afastamento e destruição”, comenta Marina.
Ciúme patológico é sempre ruim
Para Denise Miranda de Figueiredo, psicóloga, terapeuta de casais e cofundadora do Instituto do Casal, quem apresenta o ciúme patológico quer ter absoluto controle sobre o outro. “Há emoções e pensamentos irracionais, assim como comportamentos inaceitáveis. O medo de perder o (a) parceiro (a) é constante, assim como a desconfiança excessiva. Isso tudo gera prejuízos consideráveis em todos os aspectos da vida individual e a dois”, diz Denise.
“Além do desejo de controle total sobre o outro, o ciumento patológico se preocupa com os relacionamentos anteriores, tem pensamentos obsessivos e fica remoendo pensamentos e sentimentos o tempo todo. E o ciúme não vem sozinho: surgem vários sentimentos ao mesmo tempo, como ansiedade, tristeza, raiva, vergonha, culpa e insegurança. O ciumento patológico é uma bomba relógio prestes a explodir e vivencia o amor de uma maneira totalmente distorcida”, explica Denise.
A origem do ciúme patológico
“Em geral, o ciúme patológico está ligado a uma baixa autoestima, insegurança e até mesmo a experiências de traição de relacionamentos passados. Um estudo publicado em 2013, pelo Instituto Karolinska, da Suécia, mostrou que 30% dos casos de ciúme patológico são genéticos e os demais seriam influenciados por fatores ambientais. De qualquer maneira, quem passa por isso precisa buscar ajuda, porque quando não tratado, o ciúme patológico pode levar a desfechos trágicos”, comentam as terapeutas.
O Instituto do casal ajuda você a identificar 5 comportamentos que podem representar o ciúme patológico. Confira:
Controle total: O ciumento patológico controla a roupa, determina quais os lugares que podem ser frequentados, com quem pode falar, etc.
Efeito surpresa: Faz aparições repentinas e inesperadas no trabalho, na faculdade/escola, na academia, etc. A ideia é “pegar” o outro em flagrante.
Acesso irrestrito: Por exigência e insistência, tem acesso a todas as senhas, acessa mensagens, celular, checa e-mails, vê o histórico de ligações, etc.
Afastamento social: Proíbe o (a) parceiro (a) de frequentar lugares sozinho (a) e afasta quem pode ameaçar o relacionamento, como amigos e familiares.
Agressão física e verbal: Em um último estágio, o ciumento patológico pode chegar a agredir (o) parceiro (a), tanto física, como verbalmente.
Quando é hora de procurar ajuda
“Uma boa relação é baseada na confiança, no diálogo franco e na liberdade de expressão. Se você se sente tolhido (a), converse com seu parceiro (a), estabeleça limites e busquem juntos estabelecer a confiança de forma a poder expressar um para o outro o que sentem nos momentos de insegurança e que se sentem ameaçados. Isso já é um bom começo”, finalizam Marina e Denise.
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Redação iBahia
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