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SAÚDE

Cólica forte demais não é normal, alertam especialistas

Diagnóstico da endometriose pode ser feito com ultrassonografias e ressonâncias magnéticas

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Redação iBahia

08/05/2018 às 9:07 • Atualizada em 31/08/2022 às 22:55 - há XX semanas
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Desde os 13 anos, quando teve sua primeira menstruação, até o momento em que recebeu o diagnóstico de endometriose — 11 anos depois — Marília Gabriela Marques conviveu com fortes cólicas. As dores eram incapacitantes e, por algumas vezes, lhe causou desmaios. Depois de buscar ajuda de oito médicos, a terapeuta ocupacional conseguiu descobrir o que tinha.

Marília Gabriela Marques coordena um grupo de apoio a mulheres com endometriose, junto com Luciana Diamante (à direta) Foto: Arquivo pessoal

— A minha vida inteira ouvi que sentir cólica é normal, me mandavam tomar um remédio, um chá, fazer uma compressa de água morna para passar — conta a terapeuta ocupacional, de 35 anos.

De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde, a doença afeta até 7 milhões de brasileiras. A endometriose ocorre quando fragmentos do endométrio (tecido que reveste o útero e sofre escamação durante a menstruação) se prendem a outras estruturas do corpo da mulher, como ovários e intestino, causando dor. O diagnóstico demora, em média, 7 anos.

— O desconhecimento da doença, tanto pelos médicos quanto pelo público em geral, é o principal fator para a demora no diagnóstico — explica Eduardo Schor, docente e coordenador do Setor de Endometriose do Departamento de Ginecologia da Unifesp.

Atenção deve começar na adolescência
Quanto antes a endometriose for diagnosticada, menos efeitos negativos a doença terá sobre a saúde e a qualidade de vida da mulher.

— É importante que os pais prestem atenção nas cólicas de suas filhas e que procurem um médico especializado no assunto. As adolescentes precisam ser acompanhadas de perto — afirma o ginecologista especialista no tratamento da endometriose e diretor do Hospital da Gamboa, Marcelo Lemgruber.

Além da dor fortíssima, que incapacita a mulher de realizar diversas tarefas diárias, a endometriose pode causar infertilidade na mulher. A doença causa deformações na pelve e inflamações que podem mudar a ovulação.

— Cria-se um ambiente hostil para o óvulo, o espermatozoide e o embrião — acredita Marcelo.

O diagnóstico da endometriose pode ser feito com ultrassonografias e ressonâncias magnéticas. O tratamento é feito com cirurgias que cauterizam os focos de endometriose e com medicamentos que aliviam os sintomas da doença.

Grupo de apoio na internet

Com o objetivo de acolher e divulgar informações, foi criado o “Endometriose Gapendi – Grupo de Apoio às Portadoras de Endometriose e Infertilidade”, no Facebook. No espaço, mulheres portadoras da doença podem compartilhar suas experiências com a endometriose, assim como acessar uma lista de médicos especialistas na doença.

— O grupo é bom porque nos identificamos com as pessoas e percebe que aquelas dores que sentíamos não eram fruto da nossa imaginação — diz Marília, que é uma das coordenadoras do grupo.

Sintomas

Cólica que não passa
Mesmo com o uso de analgésicos, a mulher continua sentindo dores durante o período menstrual.

Dificuldade para urinar e evacuar
Fazer as necessidades fisiológicas se tornam mais difíceis e dolorosas.

Dor pélvica
A mulher sente dor mesmo fora do período menstrual e também durante a relação sexual (mesmo apenas em algumas posições).

Dificuldade para engravidar
Isto ocorre porque vários fragmentos de endométrio grudam em órgãos ligados à reprodução e prejudicam seu funcionamento.

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