Uma criança indígena venezuelana morreu com quadro grave de desnutrição na terça-feira (7), poucas horas depois de ser internada no Hospital Manoel Novaes, em Itabuna, no sul da Bahia.
A vítima, que tinha 2 anos, morava desde setembro do ano passado, com um grupo com mais de 50 imigrantes indígenas da Venezuela no prédio de um colégio estadual desativado. Eles foram abrigados pela prefeitura.
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De acordo com apuração da TV Santa Cruz, afiliada da TV Bahia na região, a comunidade aponta que o espaço tem uma situação insalubre, com forte odor em meio a entulho e sujeira.
Venezuelana estava muito doente
Além da desnutrição, a menina tinha diarreia e baixo peso. Ela já havia sido hospitalizada com os mesmos sinais em abril. Na época, a criança foi tratada e se recuperou, porém voltou a sofrer com o problema.
O corpo da criança foi velado na tarde desta quarta (8), no mesmo espaço onde ela morava. A comunidade fez homenagens indígenas para a menina. O enterro aconteceu em seguida.
O que diz a prefeitura
Questionada pela TV Santa Cruz, a prefeitura não se pronunciou sobre o problema. Em nota, a gestão municipal se referiu apenas à queda de um muro no espaço — incidente que também aconteceu na terça e não deixou feridos.
Segundo a prefeitura, o desabamento ocorreu após infiltrações decorrentes das chuvas. A administração afirmou ainda que a Coordenadoria da Defesa Civil vistoriou a unidade escolar e deve adotar providências quanto a isso.
Posteriormente, em novo pronunciamento, a gestão municipal informou que fornece assistência humanitária ao grupo imigrante há nove meses, o que inclui o fornecimento de refeições especiais para as crianças.
"Também oferece material de limpeza e higiene pessoal, atendimento em saúde, encaminhamento para a rede escolar e cuidados sanitários", diz um trecho do texto.
A prefeitura afirma ainda que a situação é reflexo da "cultura diferente" dos indígenas. "Os imigrantes não têm muita preocupação com a higiene, inclusive não atendem às orientações sanitárias e ambientais em relação ao acondicionamento de lixo".
Enquanto isso, a Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps) disponibiliza uma equipe técnica com assistente social e psicóloga que acompanha o grupo dentro do abrigo. Os servidores relatam já terem chamado atenção dos imigrantes quanto à alimentação das crianças.
Alan Oliveira
Alan Oliveira
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