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SAÚDE

Especialista alerta para importância da prevenção e tratamento do diabetes e ressalta: 'Não é o fim'

Na semana de promoção dos cuidados à doença, o iBahia resgata a discussão do assunto com endocrinologista

Alan Oliveira • 15/11/2022 às 20:07 - há XX semanas

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					Especialista alerta para importância da prevenção e tratamento do diabetes e ressalta: 'Não é o fim'
Foto: Marcelo Casal jr/Agência Brasil

O diabetes é uma doença que se caracteriza pelo aumento do açúcar no sangue, e isso é consequência da deficiência da produção de insulina ou uma resistência da ação do hormônio no organismo. A doença afeta cerca de 10% da população mundial e põe o Brasil na sexta posição do ranking de países com maior número de casos, segundo estudo da Federação Internacional do Diabetes (IDF, em inglês).

De acordo com um levantamento da Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde (Vigitel), 32,4 mil pessoas morreram de diabetes na Bahia entre os anos de 2006 e 2017. Em Salvador, o percentual de mulheres com diagnóstico da doença registrou aumento de 45,4% no mesmo período. Na segunda-feira (14), foi lembrando o Dia Mundial do Diabetes, que tem como objetivo a promoção da prevenção da doença e complicações.

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Diante desses números e da importância da discussão do assunto, o iBahia conversou com a médica endocrinologista Renata Camia, que é consultora do Grupo Sabin. Na reportagem, a especialista alertou para a importância dos cuidados preventivos e também durante o tratamento do diabetes, e ressaltou que o diagnóstico da doença não deve ser considerado o fim de uma vida saudável.

"O diabetes não é o fim. Ele é o começo de um mundo melhor ou de um novo mundo. Quando a gente descobre o diabetes, a gente melhora a nossa qualidade de vida, porque a gente passa a se alimentar de uma forma mais correta, vai para a atividade física, tenta diminuir os vícios. Isso é um aumento de qualidade de vida", ressaltou.

Segundo a endocrinologista, cerca de 5% a 10% das pessoas diagnosticadas com o diabetes tem o tipo 1 da doença, onde o que acontece é uma deficiência da ação da insulina. "Normalmente acontece nos adultos jovens e crianças. Tem como origem os processos autoimunes. É o menos hereditário", contou.

Já as outras 90% ou 95% das pessoas tem o tipo 2 do diabetes, que é o mais comum, quando ocorre resistência à ação da insulina e pode, com o tempo, passar a ter dificuldades para produzir o hormônio, e tem um fator de hereditariedade grande. "Normalmente acontece em pessoas mais velhas e é proveniente de má alimentação, de falta de atividades físicas e obesidade".

O grande problema da glicose alta por muito tempo, segundo a médica, é que ela machuca as células da pessoa com a doença. "A glicose faz um processo de glicação, que ela se grupa a algumas proteínas e, com isso, ela pode dar lesões micro e macrovasculares. Entre elas, nos olhos, nos rins, no coração, no cerébro, impotência sexual".

Conforme relatou a especialista, o tratamento do diabetes tem que ser iniciado o mais precocemente possível, inclusive, no pré-diabetes, que é quando há o risco das condições do paciente evoluírem para a doença. A base do tratamento é uma reeducação alimentar, atividade física e perda de peso. No caso do tipo 1, os cuidados incluem também o uso da insulina.

Quanto mais precoce e rigoroso for o controle do diabetes, melhor vai ser a qualidade de vida do paciente em 10, 15 anos. A meta do tratamento é manter uma glicemia normal em jejum e duas horas após as refeições, alerta a médica.

A doutora Renata Camia ressalta também que é interessante que, além do acompanhamento com o profissional médico específico para o tratamento do diabetes, seja feito um acompanhamento com uma equipe multisciplinar onde tenha um nutricionista, para ajudar a montar um plano alimentar, para que o paciente consiga diminuir a quantidade de doces e gorduras e que mantenha um peso saudável.

"Hoje, os estudos tem mostrado que você perdendo de 10% a 15% do seu peso inicial, você consegue normalizar seus exames e até retirar as medicações, desde que mantenha a dieta e atividade física".

A endocrinologista afirmou ainda que acredita em uma possível cura para a doença no futuro, seguindo os estudos e avanços da ciência, e também os próprios cuidados do paciente, dependendo da condição dele.

"Eu falo que o que eu aprendi há 20 anos, que eu falava ao paciente que chegava, que uma vez diabético, diabético até morrer, e hoje já não falo mais para os meus pacientes, principalmente do tipo 2. Eu tento que ele entenda que ele está com diabetes, mas que ele pode reverter isso. Mas que isso depende muito dele. Mas sempre lembrando que se voltar a descuidar, a glicemia pode voltar a subir. Em relação ao tipo um, é mais complexo".

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