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O sangue que escorre da carne do churrasco foi trocado pela saladinha. O doce sabor da sobremesa deu lugar aos remédios. O sedentarismo virou passado. Agora, as caminhadas e os exercícios físicos fazem parte da rotina do comerciante Júlio Freitas, 54 anos. Consumidor dos mais variados tipos de alimentos calóricos, ele mudou os hábitos alimentares após descobrir que sofria do mesmo problema que 17 milhões de brasileiros: a hipertensão arterial.
Segundo dados divulgados, na última segunda-feira (26), Dia de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, pelo Ministério da Saúde, a doença tem avançado pelo país. Em 2006, 21,5% da população sofria com o problema. Em 2009, esse número subiu para 24,4%, mas uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Hipertensão mostra que 30% dos brasileiros possuem a doença.
Os números obtidos pelo ministério apontam ainda que a presença da hipertensão aumentou em todas as faixas etárias, porém, uma chamou atenção: a dos idosos. Cerca de 63% da população com mais de 65 anos é hipertensa. Um outro fator que influencia para o surgimento do problema é o grau de escolaridade. O índice em adultos que têm oito anos de escolaridade é de 31,5%. Aqueles que tem entre 9 e 11 anos de estudo somam aproximadamente 17%.
“Devido às questões sociais e econômicas, os negros estão mais expostos à doença, pois além de representarem parte da população com menor poder aquisitivo, são os que menos recebem orientações e atendimentos médicos”, afirma o cardiologista Roque Aras. Ainda de acordo com o médico, quem tem diabetes, obesidade e histórico de hipertensão na família deve tomar todos os cuidados.
O controle da doença é feito através de exames de para medir o nível de pressão e de uma boa alimentação. “Quem é hipertenso deve manter hábitos saudáveis, reduzir o peso e ingerir pouco sal. Além disso, é preciso ter o controle do colesterol e da glicemia.
Comer verduras, vegetais e reduzir o consumo de carne vermelha e massas também colaboram para o bem estar da saúde”, recomenda Roque.
Redenção - Chocólatra assumido, Júlio Freitas aboliu do cardápio tudo que lhe fazia mal. “Sempre comi muitos doces, me acabava no churrasco e nas frituras. Quando o médico me falou que eu estava com a pressão alta e que isso estava trazendo sérios riscos à minha saúde, resolvi me cuidar e passei até a fazer exercícios físicos”, conta. O comerciante deixou os maus hábitos alimentares de lado e adotou uma rotina mais saudável, entretanto, ainda existem pessoas que ignoram as consequências que uma alimentação ruim pode causar.
Caso não seja cuidada, a hipertensão ocasiona vários danos à saúde, como doença cardiovascular e renal terminal (aquela que precisa de hemodiálise). “As doenças desencadeadas pela pressão alta podem ser cardíacas e são fator de risco pra infarto, aneurisma de aorta e doenças vasculares periféricas”, explica o cardiologista. De acordo com ele, um em cada quatro brasileiros corre risco de ter hipertensão.
Campanha - Para combater a hipertensão, a área técnica Hiperdia/COAPS realiza no auditório da Secretaria Municipal de Saúde, nesta terça 27 e quinta 29, o movimento “Sou 12 por 8”, cujo objetivo é informar e conscientizar a população sobre a importância de prevenção da doença. Durante o período, será possível fazer a verificação da pressão arterial, avaliação nutricional, avaliação de fatores de risco e ainda participar de palestras educativas sobre o assunto.
Palestra:
29 de abril, às 15h – Hipertensão: O que precisamos saber. (Dra. Lucélia Magalhães).
Local: Rua Miguel Calmon, Comércio - Auditório da Secretaria Municipal de Saúde, 9º andar.