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SAÚDE

Médico alerta crescimento de câncer de mama entre mulheres jovens

Britânico critica exigência de mamografia no Brasil apenas a partir de 50 anos

Redação iBahia • 17/05/2018 às 19:02 • Atualizada em 30/08/2022 às 9:22 - há XX semanas

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“Tratei minha primeira paciente com câncer de mama em 1988. Vi mulheres morrerem. Porém, a letalidade da doença caiu de lá para cá, graças à habilidade médica de individualizar o tratamento.”

Conte algo que não sei.

O Brasil recomenda exames de mamografia a partir dos 50 anos, mas o câncer de mama tem crescido entre as mulheres abaixo dessa idade. Essa recomendação considera padrões internacionais, obtidos a partir de estudos com americanas e europeias. Só que, no Brasil, a maioria das pacientes apresenta o que chamamos de pré-sintomas antes dos 50. E é mais difícil o diagnóstico nas mulheres mais jovens, por causa da influência hormonal e da densidade das mamas. Daí que o mais importante é focar numa investigação rápida.

Como esse diagnóstico rápido pode ser feito?

A mulher com qualquer alteração nas mamas deve procurar um médico. É preciso atenção para mudanças na pele ou no tamanho dos seios e na aparência dos mamilos, bem como relatar ocasionais sangramentos. A cura depende muito do estágio do tumor, por isso é fundamental descobri-lo no início. E também para que se possa dar o tratamento adequado ao tipo da doença.

Quantos tipos de câncer de mama existem?

De oito a dez. Cada câncer de mama é único, assim como cada mulher. E cada uma delas tem uma combinação própria de fatores importantes relacionados ao desenvolvimento da doença. É o caso do número de filhos e de quando ela os teve, do histórico de câncer de mama na família e do consumo de álcool, entre outras coisas.

Há alguma particularidade em relação às brasileiras que desenvolveram a doença?

Sim, a desigualdade. Em países como Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Noruega, as taxas de mortalidade têm caído uniformemente nos últimos 20 anos. No Brasil é diferente. Há apenas um estado em que esse índice reduziu tanto na área rural quanto na urbana: São Paulo. No Rio e no Rio Grande do Sul, ele teve uma diminuição só nas cidades. Nos estados do Norte, os números não mudam em lugar algum. Essas diferenças decorrem, principalmente, dos investimentos feitos.

De quem é a responsabilidade por essa situação?

Tive o privilégio de visitar o Hospital do Câncer em Barretos, no interior de São Paulo, que é mantido, majoritariamente, por meio de doações. Os médicos conseguiram construir um espaço em que os pacientes são bem atendidos e com rapidez. É como se eles tivessem desistido de esperar pelo governo e viabilizado uma solução própria.

O câncer de mama e o HIV, apesar das campanhas de conscientização, crescem entre os jovens. É coincidência?

Há interessantes semelhanças e diferenças entre eles. Quando eu estava decidindo o que faria na carreira, na década de 1980, o HIV era uma doença nova e que matava muitos homens jovens. Vários dos meus amigos foram pesquisar a doença. Hoje, ainda que não seja curável, muitos pacientes portadores de HIV levam uma vida normal. Quando se trata de câncer de mama, eu também já vi muitas mulheres jovens morrendo.

O senhor tem 30 anos de carreira e participa ativamente de eventos de Medicina. Há muito a aprender?

Vou a muitos congressos. Em alguns momentos, aprendo; em outros, ensino. É fundamental estar atento aos avanços no tratamento do tumor na mama. Todos os profissionais, e os médicos em particular, precisam amadurecer o conhecimento ao longo da vida. Fiz Faculdade de Medicina há 30 anos. Muitos avanços ocorreram neste período, e eu preciso conhecê-los para poder aplicá-los no tratamento das minhas pacientes.

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