Meningite: entenda o que é, conheça os tipos e sintomas e saiba como se prevenir

O número de casos de meningite registrado até então no Brasil acendeu um alerta nas autoridades e na população. Na Bahia, por exemplo, já foram registrados mais de 270 casos somente neste ano. O número é 136% maior que em 2021, quando o estado teve 105 casos registrados. Do balanço de 2022 entre os baianos, mais da metade dos casos são de Salvador.

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Mas, apesar dos números altos, nem todo mundo conhece a meningite. Em entrevista ao iBahia nesta sexta-feira (7), o infectologista Claudilson Bastos, do Sabin Medicina Diagnóstica, explicou o que é a doença, apresentou os tipos e sintomas, contou como ocorre a transmissão e explicou a melhor forma de se prevenir. Confira abaixo

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O que é a meningite?

A meningite é a inflamação das meninges, membranas que envolvem e protegem o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central.

A doença pode ser causada por diferentes agentes, como vírus, bactérias parasitas, fungos ou causas não infecciosas. Algumas doenças e traumas cranianos também podem desencadear inflamações nas meninges.

A mais recorrente é a de causa viral seguido pela bacteriana, que pode ter várias etiologias bacterianas, sendo as mais comuns as infecções por Streptococcus pneumoniae (pneumococo), Haemophilus influenzae e Neisseria meningitidis (meningococo). A vantagem é que as vacinas protegem contra todos estes três tipos de meningite.

A meningite meningocócica, provocada pela bactéria Neisseria meningitidis, é uma das mais agressivas da doença. Se não for tratada nas primeiras 24 horas de aparecimento dos sintomas, pode ser letal. E este tipo vem provocando casos de meningite em diferentes estados nos últimos tempos.

Nos últimos anos, a incidência da doença girou em torno de 1,8 casos para cada 100.000 habitantes, com uma mortalidade variando entre 18% e 20%.

Tipos de meningite meningocócica

Atualmente, existem 12 sorogrupos de meningococos identificados, entre eles seis (A, B, C, W, X e Y) com potencial de causar epidemias, segundo a Organização Mundial de Saúde. A meningite tipo C é responsável por 80% dos casos no país, seguido do tipo B. O tipo A circula mais na África e na Ásia. Os meningococos W e Y já circulam na América Latina. O sorotipo W, inclusive, vem aumentando no Brasil.

Sintomas

Entre os sintomas da doença estão febre, dor de cabeça, mal-estar, náusea, vômitos, confusão mental, sonolência e manchas avermelhadas na pele. Entre os sinais temos dor a flexão do pescoço e regidez da nuca.

Transmissão

Algumas meningites bacterianas são extremamente contagiosas. Ela pode ser transmitida pelas gotículas de saliva, secreções ou objetos contaminados.

Prevenção

A imunização é a melhor proteção. As vacinas contra os meningococos dos tipos A, B, C, W e Y são seguras e eficazes. Algumas pessoas precisam de doses de reforço como crianças até a idade de 2 anos e pessoas submetidas a alguns transplantes como células-tronco, por exemplo, devido queda da imunidade.

A vacina meningocócica conjugada ACWY com esquema de duas ou três doses deve ser ministrada para crianças nos primeiros seis meses de vida. As doses de reforço são indicadas em duas ocasiões: entre 4 e 6 anos e aos 11 anos de idade.

Caso os adolescentes e adultos não tenham tomado as doses da infância podem tomar uma dose única da vacina meningocócica conjugada ACWY. A meningocócica B é recomendada também nos primeiros seis meses de idade e para adolescentes e adultos que não tenham sido imunizados antes. São duas doses com intervalo de um a dois meses, dependendo da idade.

Para as pessoas que pretendem viajar ao exterior, é importante manter o cartão de vacinação em dia e sempre verificar, com antecedência, as exigências recomendadas de acordo com o seu destino.

Por exemplo, a vacina contra meningite meningocócica ACWY é recomendada para aqueles que se dirigem, principalmente, para a região sub-saárica da África, onde a doença provoca epidemias com mais intensidade, e exigida, também, legalmente pela Arábia Saudita para viajantes que vão a Meca e Medina. Mas, mesmo dentro do país, é melhor contar com a proteção da vacina pois o fluxo de pessoas que viajam pelo mundo aumentou significativamente.

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