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SAÚDE

Mulheres sofrem mais efeitos da quimioterapia do que homens

Internação hospitalar é maior entre elas; já eles respondem melhor ao tratamento

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Redação iBahia

20/10/2018 às 17:18 • Atualizada em 30/08/2022 às 15:06 - há XX semanas
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As mulheres experimentam certos efeitos colaterais da quimioterapia, incluindo náuseas, vômitos e perda de cabelo, com mais frequência do que os homens, de acordo com levantamentos realizados em pacientes com câncer de esôfago e estômago.
Os pesquisadores da Royal Marsden NHS Foundation Trust analisaram dados de quatro estudos realizados no Reino Unido, na Austrália e na Ásia. Após a coleta de dados, concluíram que o sexo do paciente pode ser um fator importante para o tratamento do câncer.
Todas as quatro pesquisas analisaram procedimentos de quimioterapia comumente usados em casos avançados de câncer de esôfago e estômago.
Dados de 1.654 pacientes (1.328 homens e 326 mulheres) mostraram que as mulheres experimentaram taxas significativamente mais altas de náusea e vômito (89% para mulheres, comparado com 78% para homens) e diarreia (54% contra 47%).
A perda de cabelo também foi mais vista nas mulheres — 81%, em comparação com 74% dos homens. Também é maior entre elas a ocorrência de “eventos adversos graves” durante o tratamento — complicações potencialmente graves, que muitas vezes requerem internação hospitalar.
Em relação à eficácia da quimioterapia, não houve diferença na sobrevida entre homens e mulheres, embora a taxa de resposta ao procedimento — a proporção de pacientes que experimentam uma redução no tamanho do tumor — tenha sido maior entre os homens.
— Nosso estudo mostra que, em alguns tipos de câncer, as mulheres apresentam taxas mais altas de certos efeitos colaterais da quimioterapia, particularmente aqueles relacionados à função gastrointestinal — avalia Michael Davidson, pesquisador da Royal Marsden NHS Foundation Trust. — Sabemos há muito tempo que existem diferenças entre homens e mulheres na incidência e prognóstico de muitos cânceres. No entanto, estamos apenas começando a entender como as diferenças genéticas e biológicas entre os sexos influenciam o desenvolvimento do câncer e a resposta ao tratamento.
Segundo Davidson, há pesquisas em andamento dedicadas à análise das diferenças em como homens e mulheres respondem a novos tratamentos anticâncer, como a imunoterapia.
Diretor do Instituto de Pesquisa do Câncer em Londres, David Cunningham acrescenta que a pesquisa contribui para um “crescente número de evidências” de que o sexo do paciente pode influenciar o tratamento do câncer, e por isso os médicos precisam estar cientes de tais diferenças.
— Se soubermos, por exemplo, que pacientes do sexo feminino têm maior probabilidade de apresentar efeitos colaterais como náuseas e vômitos, podemos permitir uma quimioterapia mais personalizada.

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