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SAÚDE

Novembro Azul: especialista alerta para ausência de sintomas do câncer de próstata em fase inicial e dá dicas de prevenção

Entenda também o que é, quais são os tipos e como é o tratamento da doença

Alan Oliveira • 10/11/2022 às 8:00 - há XX semanas

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					Novembro Azul: especialista alerta para ausência de sintomas do câncer de próstata em fase inicial e dá dicas de prevenção
Foto: Jefferson Peixoto / Divulgação

O câncer de próstata pode ser fatal para o homem, e uma característica marcante é a falta de sintomas na fase inicial. Quando o paciente diagnosticado com a doença começa a sentir dores, percebe um inchaço no órgão ou até mesmo tem sangramento na urina, é porque a situação é grave. Por isso, é importante ficar atento para qualquer sinal e manter a prevenção.

Esse é um alerta reforçado pelo médico urologista Lucas Batista, que é Coordenador do Serviço de Urologia do Hospital Cárdio Pulmonar e do Departamento de Cirurgia Robótica da Sociedade Brasileira de Urologia. Em entrevista ao iBahia, o especialista detalhou ainda quais são os tipos da doença e qual o tratamento adequado.

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Segundo o médico, o câncer de próstata é um tipo de tumor maligno que ocorre nas células do órgão, que integra o sistema reprodutor masculino. Essa glândula altera o funcionamento da célula e começa a produzir substâncias que normalmente não são produzidas ali e começa a crescer sem parar.

Diante desse crescimento do órgão e da multiplicação dessas substâncias, outras estruturas podem ser invadidas ao lado dela, e essas células também podem ser disseminadas para outras partes do corpo, crescendo nesses lugares, principalmente nos ossos.

O principal tipo de câncer de próstata é a adenocarcinoma da próstata. Segundo o doutor Batista, esse tipo de câncer corresponde a cerca de 90% dos casos confirmados. No entanto, ele tem variações de agressividade. A escala que mostra a agressividade se chama Gleason, e, a depender da característica desse tumor, ele pode ser de baixo risco, de risco intermediário ou de alto risco.

Os tumores de baixo risco têm um crescimento mais lento e não são tão agressivos. O de risco intermediário têm o comportamento intermediário, como o próprio nome diz. Já os de alto risco têm o comportamento com maior perigo, agressividade e tem uma capacidade maior de provocar metástase, que é exatamente quando o câncer se espalha no corpo, e o tratamento também acaba sendo mais difícil.

O médico explica que, quando a pessoa tem um tumor inicial, ela não sente absolutamente nada e esse acaba sendo um grande perigo, porque o paciente pode ter um câncer que está crescendo, e está assintomático.

"As pessoas muitas vezes confundem o aumento da próstata benigno, que são um jato fraco, fino, dificuldade para urinar, esvaziamento incompleto da bexiga, infecção urinária, sangue na urina, e as pessoas acham que esses sintomas quando começam a surgir estão relacionados ao câncer de próstata, mas na verdade não estão", explica o médico.

Segundo doutor Batista, a pessoa só começa realmente a apresentar sintomas do câncer de próstata quando o tumor já é mais agressivo, e aí ele pode apresentar os sintomas anteriores, porque o tumor cresceu muito perto da bexiga, ou ele pode começar a ter os sintomas de metástase, como a dor no osso.

"A pessoa sente muita dor no corpo, principalmente no esqueleto do meio, que a gente chama de esqueleto axial, que é a coluna, vértebra, o crâneo. Enfim, a pessoa sente dores muito fortes", detalha.

Para se prevenir, a melhor dica é realizar exames com urologista com frequência, ressalta o médico. Os pacientes que não têm histórico familiar de câncer de próstata de primeiro grau, como pai ou irmão, devem ir ao urologista a partir dos 50 anos e vão realizar o PSA e o toque retal com urologista.

Já pacientes com histórico familiar de parentes de primeiro grau, devem procurar o acompanhamento aos 45 anos. Inicialmente, apenas o exame físico e o PSA é que é necessário. Caso exista uma suspeita de alguma alteração da próstata ou do PSA a pessoa tem que ser submetida a uma ressonância multiparamétrica da próstata, e, a depender desse resultado da ressonância, é preciso fazer uma biópsia.

E o assunto é sério. De acordo com um balanço do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, de 2019 a 2021, mais de 47 mil homens morreram por câncer de próstata no Brasil.

No ano passado, o balanço fechou em 16.055 mortes, o que corresponde a cerca de 44 por dia. Neste ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são esperados 65.840 novos casos diagnosticados da doença.

Atualmente, o câncer de próstata é o que mais é diagnosticado em homens (excluindo o câncer de pele não melanoma) e também o segundo que mais mata, atrás apenas do câncer de pulmão. 

Dúvidas

O QUE O CÂNCER DE PRÓSTATA PODE PROVOCAR?

"O câncer de próstata, se a pessoa não fizer nada e não tratar, a tendência é evoluir. Então, ele pode produzir sintomas locais. O câncer pode invadir a bexiga e aí ele entope a bexiga, ele não deixa a urina entrar na bexiga. Então, o rim começa a parar. Pode começar a provocar também sintomas de metástase, e o tumor ir para os ossos, e a pessoa começa a ter muita dor no osso. E esse tumor no osso começa a comprimir a medula e aí, às vezes, a pessoa para de andar. E também os gânglios podem começar a comprimir estruturas dentro da barriga, quando o tumor começa a ir para os linfonodos. E aí a pessoa começa a sentir dor na barriga e pode obstruir o intestino, pode obstruir vasos, veias, as artérias, a perna pode começar a inchar. E aí pode ter um monte de sintomas desse tipo e aí a pessoa vem no futuro, a depender da evolução vem até mesmo a falecer".

COMO É FEITO O TRATAMENTO?

"O tratamento ele vai ser dividido em duas etapas. Uma quando você dá o diagnóstico do tumor localizado. É aquele tumor Inicial ou ele é localmente avançado. Nesse caso, você pode ou fazer uma vigilância ativa que é vigiar o tumor. No caso quando os tumores ainda são muito pequenos, ele têm um bom prognóstico. São tumores de baixo risco ou muito baixo risco em que você realiza a PSA, realiza novas biópsias, nova ressonância da próstata. Ou seja você fica vigiando de tempo em tempo esse tumor. Quando ele não tem a indicação de fazer essa vigilância ativa, então você pode ou fazer uma radioterapia da próstata ou então pode operar. Atualmente, a cirurgia padrão ouro é a cirurgia robótica, em que a próstata é removida pelo robô. O robô já é uma tecnologia realizada há muitos anos e alguns cirurgiões têm grandes experiências em fazer isso daí, até mesmo antes de chegar em Salvador. Já realizava a cirurgia robótica. Isso já fazia em São Paulo, mas o robô chegou em Salvador em 2019. E robô tem uma característica que o cirurgião opera com quatro braços robóticos, ele consegue enxergar 10 vezes aumentado em 3D. Então, as pinças elas são articuladas conseguem fazer sete movimentos a mais que a mão humana e fazer rotações até 540 graus. Com isso, o cirurgião consegue cortar melhor consegue enxergar melhor consegue fazer uma cirurgia mais específica, mais minuciosa. E você consegue alcançar uma taxa de cura acima de 90%. Além disso, a plataforma robótica, como é feita com essa cirurgia, consegue ter um retorno da função sexual mais precoce e consegue também ter um controle da urina, uma taxa de continência urinária mais elevada, e consegue também recuperar essa continência mais precocemente. Quando o tumor é um tumor já que provoco metástase, que é a outra fase da doença, aí não não se opera mais. Então, você vai fazer um tratamento com medicamentos, em terapia ou um medicamentos que bloqueiam os hormônios".

QUAL A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE?

"O diagnóstico precoce vai proporcionar um tratamento menos invasivo para o paciente. Exatamente nessa fase que você consegue empregar melhor a cirurgia robótica, porque você consegue ter uma taxa de cura acima de 90%. Então, o cirurgião consegue entregar para o paciente um bom resultado oncológico, com essa taxa de cura, e consegue também entregar um bom resultado funcional. Isso significa que o paciente faz uma cirurgia que preserva os nervos responsáveis pela ereção e também consegue preservar mais a continência urinária do paciente. Então, o paciente fica curado. A depender do paciente, ele pode permanecer com sua ereção, mantém o seu ato sexual e também sem perder a urina. E isso ocorre em uma proporção da perda urinária no paciente ficar 90, 95% das vezes sem perder urina, a depender do paciente, e também dependendo dele consegue manter uma função sexual bastante elevada".

ONDE OS PACIENTES PODEM BUSCAR ESSE TIPO DE ATENDIMENTO?

"Os pacientes podem ser atendidos na rede pública. Geralmente tem um serviço de urologia dos hospitais do SUS como Hospital das Clínicas, Roberto Santos, Hospital Santo Antônio. Todos eles têm um serviço de urologia e podem atender os pacientes. Postos de saúde também, hoje em dia, a gente tem urologistas que atendem em postos de saúde, em centros integrados, que são centros de especialização, e também nos hospitais privados de uma maneira geral. Os hospitais privados da rede privada de Salvador, tem serviços de urologia que o paciente pode ser avaliado pela equipe de urologia do hospital".

HÁ UM GRUPO DE RISCO DA DOENÇA? QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS?

"O grupo de riscos são os pacientes que têm histórico familiar de câncer de próstata de parentes de primeiro grau, como pai e irmão. Se a pessoa tiver dois parentes de primeiro grau com histórico familiar, é pior, aumenta o risco. Isso acaba aumentando de três a quatro vezes esse risco. Principalmente se esses parentes de primeiro grau tiveram câncer de próstata abaixo dos 65 anos. Isso é ainda pior para pacientes negros também, aumenta o risco de ter câncer de próstata. E aqueles pacientes obesos, que tem câncer de próstata. Esse câncer, ele tem uma tendência a ser mais grave, a ser mais agressivo. O importante frisar que a obesidade não aumenta a chance de ter câncer de próstata. quando ele tem um câncer é que esse câncer possa pode ser mais grave".

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