"Tendemos a pensar no comportamento sedentário como simplesmente a quantidade de tempo que ficamos parados sem fazer nada todos os dias", justifica Keith Diaz, pesquisador do Departamento de Medicina do Centro Médico da Universidade Colúmbia, em Nova York, e líder do estudo, publicado nesta segunda-feira no periódico científico “Annals of Internal Medicine”. "Mas estudos anteriores já sugeriam que os padrões de sedentarismo, se um indivíduo acumula seu tempo sedentário em diversos períodos curtos ou longos períodos de tempo, podiam também ter um impacto na sua saúde".
Assim, no novo estudo, os cientistas analisaram dados de quase 8 mil americanos negros e brancos, de ambos sexos e com mais de 45 anos participantes de um amplo levantamento, ainda em curso, sobre fatores de risco para derrames nos EUA, intitulado Regards (sigla em inglês para “razões para as diferenças regionais e raciais em derrames”, numa tradução livre).
Mas à diferença de quase todas outras pesquisas sobre o sedentarismo e suas consequências feitas até agora, em que as informações sobre as atividades físicas diárias são provenientes de relatos dos próprios voluntários, e por isso mais sujeitas e erros, todos participantes do Regards que tiveram os dados analisados no novo estudo usaram um acelerômetro – aparelho que mede a aceleração e vibração de alguma coisa, e por isso usado para detectar sua movimentação – preso à cintura por pelo menos quatro dias mais de dez horas diárias, fornecendo uma rara medida objetiva dos seus níveis de atividade.
Todos participantes também foram acompanhados ao menos mais quatro anos após usarem o acelerômetro, ao fim dos quais 340 haviam morrido de qualquer causa. Cruzando esta informação com a classificação dos grupos e usando diversas ferramentas estatísticas para excluir outros fatores de risco, os cientistas verificaram que as pessoas mais sedentárias que acumulavam o tempo paradas em períodos mais longos tinham mais do dobro do risco de morrerem do que as do grupo de referência, as menos sedentárias que acumulavam o tempo paradas em períodos curtos.
Além disso, eles observaram que os participantes incluídos no subgrupo de períodos mais curtos de sedentarismo, menos de 30 minutos, apresentavam um risco menor de morte no geral, daí a recomendação de fazer intervalos para se movimentar a cada meia hora.
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Redação iBahia
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