A sífilis é uma doença sexualmente transmissível (DST), causada pelo Treponema pallidum, capaz de infectar praticamente todos os órgãos e tecidos, provocando as mais variadas manifestações clínicas. A transmissão acontece durante qualquer forma de contato sexual, por meio de pequenas lesões da pele e das mucosas genitais ou extragenitais. Raramente é transmitida por transfusão sanguínea ou pela placenta. O diagnóstico é sempre clínico-laboratorial, mas o exame agora tem uma nova metodologia. É o que explica Alberto Chebabo, infectologista, neste 17 de Outubro, Dia de Combate ao Sífilis. De acordo com o especialista, os testes de diagnóstico devem ser cuidadosamente avaliados em todas as fases. Os exames sorológicos são feitos rotineiramente e podem ser de duas categorias. A primeira engloba os exames não treponêmicos, em que os mais comumente usados são os Venerial Disease Research Laboratory (VDRL) e o Rapid Plasma Reagin (RPR) para o screeming rotineiro, valioso para estabelecer o diagnóstico por ser expresso quantitativamente e que, quando positivo, pode ser utilizado para avaliar a eficácia do tratamento. Esses testes tornam-se positivos após quatro a seis semanas da infecção ou uma a três semanas do aparecimento da lesão primária (cancro). São quase invariavelmente positivos, mas não são altamente específicos, podendo ser encontrados em doenças causadas por outros treponemas e agentes infecciosos como malária, mononucleose infecciosa e lepra, doenças do tecido conjuntivo e autoimunes, hepatite C, gravidez e em idosos. A segunda categoria são os testes treponêmicos, nos quais o antígeno é o próprio treponema ou suas proteínas, com os quais os anticorpos reagem. São eles: o TPHA (hemaglutinação), o FTA-abs (atualmente pouco utilizado por sua complexidade) e os testes de enzimaimunoensaio que, por serem altamente sensíveis, específicos e automatizados, são mais reprodutíveis. A novidade é que os laboratórios estão reformulando o fluxograma dos testes de sífilis, realizando os dois tipos de exame simultaneamente. Essa decisão foi tomada para ajudar a ter um diagnóstico mais preciso e rápido tanto da doença ativa quanto de cicatrizes de doença prévia. Chebabo salienta que se percebe um aumento no número total de casos em diferentes regiões do país. O especialista explica que, clinicamente, a sífilis se apresenta em três fases. A primeira é como infecção recente (sífilis primária), com uma lesão inicial que é o cancro duro, que aparece duas a seis semanas após a contaminação e que desaparece em cerca de quatro semanas, sem deixar cicatrizes, mesmo sem tratamento. A segunda forma, de acordo com Chebabo, é como sífilis tardia, que surge após o primeiro ano de evolução e ocorre em indivíduos não tratados ou inadequadamente tratados. Nessa fase, as manifestações podem acontecer na pele, nos ossos, no coração, no cérebro e em outros órgãos do corpo. Na sífilis secundária, há a disseminação dos treponemas pelo organismo. "Como a primeira e a segunda fases são separadas por um período latente e sem sintomas, a doença pode ser altamente destrutiva e levar à morte", diz o infectologista. Já a terciária se caracteriza, principalmente, pela lesão do sistema nervoso central. "Vale ressaltar que esta é uma doença altamente transmissível, sem vacina, cujo tratamento é curativo. Mas, para tanto, é necessário diagnóstico precoce", finaliza.
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