A Fiocruz identificou, a partir de um estudo inédito publicado na The New England Journal of Medicine, que crianças com a Síndrome Congênita da Zika tem até 11 vezes mais chances de morrer em comparação com crianças sem a Síndrome até o terceiro ano de vida.
A investigação faz parte da pesquisa Plataforma de Vigilância de Longo Prazo para Zika e suas Consequências, coordenada pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia).
De acordo com a pesquisadora associada do Cidacs e professora assistente da LondonSchool of Hygiene & Tropical Medicine (LSHTM), Enny Paixão, o objetivo central da pesquisa foi comparar a mortalidade entre crianças com e sem a Síndrome. Também foi levado em conta fatores como peso e idade gestacional no nascimento.
A ideia também foi investigar as principais causas de óbitos de crianças com a Síndrome Congênita da Zika, sempre comparando com as crianças que não a possuem.
Segundo a Fiocruz, a SCZ pode se apresentar de várias formas. As crianças pode vir a desenvolver anomalias estrturais, como a microcefalia, anomalias funcionais, como a dificuldade para engolir, ou ter sequelas clínicas como a epilepsia. Essas consequências são decorrentes do efeito do vírus zika no sistema nervoso central dos bebês quando as mães são infectadas durante a gravidez.
Mortalidade aumentada até os 3 anos de vida
Para chegar aos resultados, foram analisados dados de mais de 11 milhões de nascidos vivos cadastrados no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), no período entre os anos 2015 e 2018, cruzados com dados do Registro de Eventos em Saúde Pública (Resp).
A amostra final de crianças com a doença foi de 3.308 e, neste universo, 398 óbitos foram registrados.
Durante 36 meses, os nascidos foram acompanhados. Este é o primeiro estudo que investiga a mortalidade de crianças com a Síndrome, que foram acompanhadas até o terceiro ano de vida.
Os resultados da pesquisa mostram que, tanto no período neonatal quanto após o primeiro ano de vida, crianças portadoras de Síndrome Congênita da Zika têm mais chances de morrer.
Até os 28 dias de vida essas chances são sete vezes maiores do que para as crianças sem Síndrome. Esse número aumenta ainda mais entre 1 e 3 anos de vida: a possibilidade de uma criança com SCZ vir a óbito é 22 vezes maior.
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Redação iBahia
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