Uma estudante de psicologia foi roubada dentro da Universidade Unime, no fim da tarde de terça-feira (7), e teve e o carro e o celular levados por um suspeito. O caso aconteceu na sede da instituição em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Em denúncia feita ao iBahia e o Fala Bahia, uma estudante, colega da vítima, contou o que aconteceu. O Portal tentou contato com a mulher assaltada, porém ela está abalada e não deseja falar no momento, mas autorizou a porta-voz.
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Segundo a porta-voz, que não quis ser identificada por medo de retaliações, o suspeito fez a abordagem no estacionamento da instituição.
"Ela saiu do prédio de aula e foi para o lado do estacionamento que fica para atrás, que fica mais escondido. Ela mencionou que o suspeito era um homem, estava sentado no meio-fio quando a abordou", contou ao iBahia.
O suspeito chegou a deixar a instituição com a estudante dentro do veículo, sentada no banco do passageiro, após ameaçá-la. A porta-voz conta ainda que a vítima não sabe se o homem estava armado, mas não reagiu por medo.
"Quando ela se aproximou do carro, ele se aproximou dela. Mandou ela entrar no carro. Ela se assustou, gritou, e ele pediu para ela não gritar e passar para o banco do carona. Ela entrou no carro junto com ele. Ela não sabe se ela estava armado ou não, ele tava de mochila, então podia ter alguma coisa lá dentro ou não ter e na dúvida ela não reagiu", continuou.
A estudante foi deixada na rua alguns metros depois do suspeito sair do espaço da universidade. Ele dirigia o veículo, enquanto a vítima implorava, no banco do passageiro, para que ele a deixasse sair.
"Entrou no carro com ele e segundo o que ela fala, ele foi levando ela para fora da faculdade e dirigindo o carro. E ela pediu por favor para ele deixar ela sair. E ele disse que só ia deixar ela sair quando ele estivesse fora da faculdade. Provavelmente para não dar tempo de ela pedir ajuda e não gritar. E aí nesse meio tempo ele pediu para ela desbloquear o celular, foi perguntando se o carro tinha seguro, gps. E foi fazendo todo o questionamento e deixou ela um pouco fora da faculdade, não chegou a ser muito distante", disse ao iBahia.
Após toda a situação, a estudante assaltada voltou para a instituição de ensino, onde recebeu assistência dos professores e também da universidade.
O que a Polícia Civil e a universidade sobre o roubo
Em nota, a Polícia Civil confirmou o assalto na instituição, que fica localizada na Avenida Luiz Tarquínio, no centro de Lauro de Freitas. O caso está sendo investigado na 23ª Delegacia Territorial (DT/Lauro de Freitas). Imagens de câmeras de segurança estão sendo analisadas para identificar o autor do crime e recuperar os objetos roubados.
Em nota, a Unime lamentou o fato e informou que o estacionamento é terceirizado, sendo a empresa responsável por cuidar da vigilância e segurança de "toda e qualquer atividade explorada no espaço sublocado, inclusive pela contratação dos respectivos seguranças".
"Sendo assim, em conformidade com o contrato, toda perda proveniente de furto ou roubo que os usuários venham a sofrer, cabe inteiramente à empresa prestadora do serviço. A instituição ressalta que, ao ter conhecimento dos fatos, acionou a Polícia local e a empresa proprietária do estacionamento a fim de conhecer evidências do ocorrido. A reitoria recebeu e ouviu a aluna em questão, se colocando à disposição para dar suporte e prestar esclarecimentos", diz trecho da nota.
Estudante reclama de insegurança no estacionamento
A porta-voz contou ainda ao iBahia, que não é a primeira vez que casos de assalto acontecem no espaço do estacionamento. Segundo a jovem, que também é estudante da instituição e do curso psicologia, a terceirização do espaço, como indicado pela Unime, aconteceu após reclamações dos estudantes e colaboradores.
"Já tem algum tempo que isso acontece, alguns anos que tem casos de tá tudo certo e de repete 'opa, teve um assalto aqui na faculdade', 'furtaram alguém'. Isso não é novidade, já tem acontecido há algum tempo. E aí, por conta inclusive dessa insegurança dos alunos, professores, colaboradores no geral, depois da gente muito informar, eventualmente eles contrataram uma empresa privada para cuidar do estacionamento", explicou.
Após a chegada da empresa, não informada pela instituição, foram colocados no espaço cancelas, cones e marcações. Mas, de acordo com a estudante, isso ainda não é suficiente para a segurança do espaço. Além disso, os alunos da Unime chegam a pagar até R$60 reais para a utilização do estacionamento.
"Tem cancela, tem marcação, tem cone para estacionamento, mas segurança de fato não é. É uma cancela, tal qual shopping. Você aperta o botãozinho, tira um tiquete. Entra na faculdade e tem 15 minutos de estacionamento gratuito. Paga e vai embora [caso passe esse tempo]. Os alunos tem a opção de comprar um pacote e paga sessenta reais por mês. Segundo eles, isso era pra manter a gente em segurança, porque agora quem vai entrar vai pagar, mas não funciona dessa maneira", continuou.
Ela conta que um dos fatores que dificulta ainda mais o controle de quem entra e quem sai no espaço é a presença de uma unidade de saúde no local, utilizado por pessoas de fora.
"Então, qualquer cidadão entra e sai a qualquer hora. Os seguranças que existem lá na faculdade são os que já trabalhavam lá antes dessa empresa. Então, [o discurso de] 'agora tem mais segurança, vocês estão mais seguros porque tem essa empresa contratada e vocês estão pagando por essa segurança' não é verdade. Não há segurança nova, são os mesmos seguranças de sempre da faculdade", continuou.
Sobre o pagamento feito pelos estudantes para o estacionamento, a assessoria da Unime informou que a nota enviada esclarece as informações "a respeito do estacionamento" e salientou que o espaço é terceirizado. Diz ainda que a situação está "sendo acompanhada pela polícia e pela empresa".
Nathália Amorim
Nathália Amorim
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