A influenciadora digital Melissa Said, apontada como articuladora de um grupo criminoso envolvido no tráfico de drogas, segue presa temporariamente após passar por audiência de custódia neste sábado (25), em Salvador (BA).

Said foi presa na última quinta-feira (23) na casa de uma amiga, no bairro de Itapuã, na capital baiana. Na ocasião, ela classificou a prisão como uma "vergonha". "É uma vergonha. Ninguém no mundo deveria ser preso por fumar maconha", disse na frente do Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
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A jovem é conhecida por produzir conteúdo sobre o uso de maconha para mais de 300 mil seguidores em uma rede social. Ela "negou que traficava drogas". A influenciadora estava foragida desde quarta (22), quando se tornou alvo da "Operação Erva Afetiva", da Polícia Civil (PC). A defesa da suspeita não se pronunciou até o momento.
Segundo a PC, Melissa integra um grupo criminoso envolvido no tráfico interestadual de drogas e lavagem de dinheiro. Em nota ao g1, a polícia informou que ela foi encaminhada à sede do Denarc, onde foi interrogada e encaminhada para o Conjunto Penal Feminino, no bairro de Brotas.

Said é apontada como articuladora do grupo criminoso. Ainda conforme a polícia, essa não é a primeira vez que a influenciadora é alvo de uma ação policial. Ela já havia sido conduzida a uma delegacia, após ser flagrada com uma porção de drogas no aeroporto de Salvador.
Segundo o g1, além de Melissa Said, dois homens foram presos em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), e outros dois em São Paulo. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos pela polícia durante a ação: cinco deles em na capital baiana e outros cinco em São Paulo.
Distribuição de kits com maconha no Natal

As investigações, iniciadas em 2024, apontam que Melissa Said incentivava o transporte e o consumo de drogas, orientando seus seguidores sobre como despistar a atuação policial durante viagens e deslocamentos.
Segundo a PC, a influenciadora utilizava seu alcance nas redes sociais para comercializar maconha, com fornecedores identificados na Bahia e em São Paulo.
As apurações também indicam que Melissa adquiria entorpecentes e repassava a alguns seguidores, por meio de contatos feitos em plataformas digitais. Em uma ocasião, durante o período natalino, a investigada teria distribuído “kits” com cigarros de maconha nas ruas, em um ato de autopromoção.
Segundo o diretor do Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), delegado Ernandes Júnior, durante o cumprimento dos mandados relacionados à influenciadora foram realizadas buscas em três endereços, onde os policiais apreenderam pequenas porções de drogas e um celular, que será submetido à perícia.
"As diligências continuam para identificar possíveis outros envolvidos. Por meio de oitivas, diligências e trabalho de inteligência, a operação continua para localizar a foragida e esclarecer todas as circunstâncias e responsabilidades", afirmou o delegado.
Melissa Said é viúva de blogueiro que produzia conteúdo sobre maconha

A influenciadora Melissa Said era companheira do também influenciador Tássio Barcelar. O baiano, que produzia conteúdo sobre maconha e chegou a ter 700 mil seguidores em uma rede social, morreu em 2023, aos 40 anos.
A jovem começou a produzir conteúdo junto com ele, em 2022. Além de influenciador, Tássio era tatuador e teve Preta Gil como uma de suas clientes.
Segundo a Polícia Civil, a causa da morte dele foi um traumatismo craniano causado por uma queda de bicicleta. Na ocasião, Melissa publicou uma homenagem nas redes sociais: "Para sempre no meu coração, meu amor. Te amo mais que tudo".
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