O major da Polícia Militar da Bahia (PM-BA) que foi preso na segunda-feira (4) por suspeita de facilitar a entrada de celulares no Complexo Penal da Mata Escura, em Salvador (BA), foi flagrado colocando um aparelho na bolsa de uma mulher que visitava um detento.

Segundo o g1, Almir Bispo dos Santos Filho negou ter cometido o crime. O portal teve acesso ao documento em que o então coordenador de planejamento operacional do Batalhão de Guardas (BG) da Polícia Militar foi exonerado do cargo na terça-feira (5) e teve sua prisão em flagrante convertida em preventiva nesta quarta-feira (6).
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Em nota ao portal, a PM afirmou que "reafirma seu compromisso com a transparência, a disciplina e a ética, assegurando que todos os procedimentos serão conduzidos com a seriedade e imparcialidade que o caso requer."
Na Central de Flagrantes, o militar relatou cumprimentar colegas de serviço quando foi surpreendido por um policial penal, que informou que ele teria que se deslocar até a unidade policial. Almir Bispo declarou que acreditou que fosse uma brincadeira e chegou a responder que gostaria de fazer o "passeio".
Neste momento, o policial penal explicou que não era uma brincadeira e revelou que o viu entregando o celular para Amélia Alves da Rocha Neta. Ela visitava o sobrinho Oscar Alves da Rocha, que estava preso na unidade. Amélia também foi presa em flagrante.
Durante seu depoimento, o major negou conhecer Amélia Rocha. Quando questionado sobre conhecer Oscar Alves, ele afirmou que fez uma visita a ele na sexta-feira (1º) para marcar uma cirurgia. De acordo com Almir, o preso pediu para um superintendente agendar o procedimento.
O major também foi questionado sobre a motivação do policial penal para acusá-lo de entregar o celular à visitante, mas ele afirmou não saber a razão, acrescentando que conhece o policial há mais de dois anos e nunca teve desentendimento com ele.
O que disse Amélia Rocha?
Amélia Rocha também teve sua prisão em flagrante convertida em preventiva nesta quarta-feira. O g1 obteve acesso ao depoimento dela.
A tia de Oscar contou que passou pela revista pessoal e foi abordada por um policial penal, que pediu que a sacola dela fosse revista novamente. O policial retirou materiais da sacola e alegou que eram celulares.
Amélia perguntou ao policial penal onde estavam as imagens das câmeras que mostravam sua entrada no presídio e como ela havia passado pelo portal sem que ele apitasse.
Ela também foi questionada se conhecia o major Almir e negou. Quando lhe mostraram uma foto do militar, Amélia reafirmou que não o conhecia.
Ao ser questionada sobre como o celular apareceu na sacola, Amélia respondeu que não sabia, acrescentando que, se o aparelho estivesse ali antes, o portal da revista teria sinalizado.
O g1 tentou entrar em contato com as defesas de Almir Bispo e Amélia Rocha, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
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