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Tragédia

Pai de menino que morreu após incêndio em Lauro de Freitas recebe alta

Homem queimou rosto, costas e ombro no resgate dos filhos. Corpo de Samuel segue no IML, aguardando resultado de DNA para enterro

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Alan Oliveira

22/01/2024 às 15:40 • Atualizada em 22/01/2024 às 15:55 - há XX semanas
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O pai do menino que morreu depois que o apartamento onde morava pegou fogo, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), teve alta do Hospital Geral do Estado (HGE), após dois dias internado.


				
					Pai de menino que morreu após incêndio em Lauro de Freitas recebe alta
Pai de menino que morreu após incêndio em Lauro de Freitas recebe alta. Foto: Reprodução/TV Bahia

De acordo com informações passadas ao iBahia pela família nesta segunda-feira (22), Renato Abreu está em casa desde o domingo (21). Ele segue em tratamento e deve retornar à unidade de saúde nos próximos dias para trocar os curativos.

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Ainda segundo a família, o homem teve queimaduras no rosto, costas e braço. O rosto não foi coberto, mas as outras partes do corpo com ferimentos foram cobertos com gases.

O corpo do pequeno Samuel Bordes de Abreu segue no Instituto Médico Legal (IML) da capital baiana. A mãe dele esteve no local nesta segunda para fazer o teste de DNA, porque não foi possível fazer o reconhecimento por digitais e arcada dentária.

Conforme informou a família, a previsão é de que o resultado só saia em 15. Enquanto isso, os familiares não podem se despedir da criança. Não há previsão de enterro.

A mãe, o pai e o irmão de Samuel estão abrigados na casa da filha mais velha de Renato, mas devem se mudar para uma casa alugada em breve.

Ao iBahia, eles disseram que ainda não receberam auxílio da prefeitura. O portal buscou a administração municipal, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

Relembre a tragédia

O incêndio aconteceu na madrugada de sexta-feira (19). Além de Samuel, um irmão dele, de 6 anos, também estava no imóvel. Os dois dormiam em um dos quartos. O menino foi salvo pelo pai, que não conseguiu voltar para buscar o outro filho.


				
					Pai de menino que morreu após incêndio em Lauro de Freitas recebe alta
Samuel Borges de Abreu estava com o irmão de seis anos em um dos quartos do apartamento em que moravam. Foto: Arquivo Pessoal

A família morava um dos prédios do condomínio residencial Santo Amaro de Ipitanga, localizado na Avenida Progresso. A habitação foi entregue há pouco mais de 2 anos, por meio do programa Minha Casa, Minha Vida.

O Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBM-BA) informou que quando uma equipe da corporação chegou ao local, o incêndio já tinha sido debelado por moradores. Os bombeiros informaram que encontraram Samuel morto dentro do quarto. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) foi acionado e fez a remoção do corpo.

As circunstâncias do acidente ainda são desconhecidas. Segundo informações publicadas pelo g1, os moradores afirmaram que alguns dos apartamentos do condomínio apresentaram problemas com instalações elétricas nos últimos meses.

"Disseram que foi problema com o ventilador, mas eu não sei. O hidrante não tinha uma gota de água, como é que ia apagar? O pessoal foi nas casas, encheu baldes, pegou extintores e conseguiu apagar o fogo", disse uma vizinha da família.

"Quando os bombeiros chegaram, não adiantava mais, porque a gente já tinha apagado. Mesmo assim a criança morreu. Para mim foi por conta dos fios, mas não sei", acrescentou.

O capitão do Corpo de Bombeiros, identificado como Góes em entrevista à TV Bahia, disse que vistoriou o prédio e encontrou todos equipamentos de segurança. No entanto, as caixas de água dos hidrantes de todos os pavimentos estavam vazias.

"Para que ter hidrante, se não tinha água? Se tivesse, a gente tinha apagado mais rápido e a criança não tinha morrido", lamentou uma vizinha da família.

Ainda de acordo com o capitão Góes, além de vazias, as caixas de água dos hidrantes também estavam sem mangueiras e chaves.

"Conversando com os moradores, eles relataram que não teve nenhum treinamento para usar esses equipamentos. Então, de nada adianta ter a instalação preventiva no prédio e os moradores não saberem utilizar", afirmou o militar.

Um dos moradores do prédio também afirmou para o Corpo de Bombeiros que o alarme de incêndio não foi acionado.

Ainda segundo informações da corporação, o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) estava vencido desde 2022.

O Corpo de Bombeiros notificou o condomínio para realizar as devidas adequações em um prazo de 30 dias. Vale pontuar que o Corpo de Bombeiros não informou o que acontece com o condomínio caso o prazo não seja cumprido.

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