O prefeito de Riacho de Santana, no sudoeste da Bahia, Dr. João Vítor (PSD), foi afastado do cargo, enquanto o gestor de Wenceslau Guimarães, no baixo sul do estado, Gabriel de Parisio (MDB), foi preso por posse ilegal de arma de fogo nesta quinta-feira (16), durante a sétima fase da Operação Overclean.

A Polícia Federal (PF) informou ao g1 que a operação procura "desarticular uma organização criminosa suspeita de envolvimento em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro".
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A prisão de Gabriel de Parisio ocorreu durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na residência dele. Outras ordens judiciais foram executadas em Salvador, Riacho de Santana, Wenceslau Guimarães e Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro. As medidas foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a PF, os investigados poderão responder pelos crimes de “organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro”.
As defesas dos prefeitos ainda não retornaram até a última atualização desta reportagem.
Deputado tem celular apreendido

A ação foi realizada dois dias após o deputado federal Dal Barreto (União Brasil) ter sido alvo da sexta fase da Operação Overclean na última terça-feira (14). O objetivo da operação é desmantelar uma organização criminosa suspeita de envolvimento em fraudes em licitações, desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro.
A TV Bahia apurou que o parlamentar foi abordado por agentes da Polícia Federal (PF) no Aeroporto Internacional de Salvador, onde teve o celular apreendido. A PF não detalhou as suspeitas contra ele, mas a reportagem apurou que há indícios de ligação com um dos investigados em fases anteriores da operação.
Durante entrevista concedida à TV Bahia no local, Dal Barreto negou qualquer relação com os fatos investigados. "As provas vão chegar no momento certo e as pessoas vão entender. Tudo vai ser conduzido pela Justiça, a gente vai aguardar que a Justiça esclareça sempre", afirmou o deputado.
Ainda conforme a TV Bahia, Dal Barreto tentava embarcar para Brasília (DF) no momento da abordagem. No entanto, ele declarou à equipe de reportagem que estava no aeroporto apenas para encontrar um amigo.
Sobre a ação da PF, o deputado relatou que não houve questionamentos ou explicações por parte dos agentes. “Não falei nada. Não me perguntaram nada. Me pediram o celular e eu entreguei”, disse.
Além da abordagem no aeroporto, os agentes também realizaram buscas em imóveis ligados ao deputado em Amargosa, no Recôncavo baiano, sua cidade natal, onde apreenderam veículos de luxo.
Dal Barreto exerce seu primeiro mandato como deputado federal, tendo tomado posse em 1º de fevereiro de 2023.
Recentemente, ele votou favoravelmente à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3/2021, conhecida como PEC da Blindagem, e à urgência do Projeto de Lei (PL) 2162/2023, que propõe anistia a condenados por atos golpistas.

Nesta sexta fase da Operação Overclean, foram cumpridas ordens em Salvador, Amargosa e Brasília (DF), incluindo:
- oito mandados de busca e apreensão;
- uma medida cautelar diversa da prisão;
- o sequestro de valores obtidos de forma ilícita.
As ordens foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os investigados poderão responder por crimes como organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro.
O que diz o deputado

"O Deputado Federal Dal (Adalberto Rosa Barreto) vem a público manifestar-se sobre a operação da Polícia Federal, realizada em 14 de outubro de 2025, conforme veiculado pelos meios de comunicação.
Esclareço, por oportuno, que não tive acesso ao inquérito policial, apenas ao mandado de busca e apreensão, não tendo, portanto, conhecimento acerca dos fatos investigados.
Dessa forma, coloco-me à inteira disposição da Polícia Federal para colaborar com as investigações e prestar os devidos esclarecimentos, sempre que solicitado, agindo com transparência e respeito às instituições.
Reitero, igualmente, minha plena confiança nas instituições brasileiras e que, tão logo seja possível, todos os pontos serão devidamente esclarecidos, seja por meio do meu depoimento às autoridades competentes ou por intermédio da defesa técnica devidamente constituída nos autos do inquérito, pois tenho certeza da conduta proba, republicana e dentro da legalidade que sempre tratei com os recursos públicos, logo a minha completa inocência será amplamente demonstrada.
Reafirmo, ainda, meu compromisso com o povo baiano, com a verdade e com a legalidade, confiando que a apuração será conduzida de forma isenta, técnica e respeitosa".
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