Salvador foi a capital mais violenta do Brasil em 2024, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A cidade registrou uma taxa de 52 mortes violentas por 100 mil habitantes e ocupou a 20ª posição no ranking geral das cidades mais violentas do país.

De acordo com a pesquisa divulgada pelo g1 Bahia, Salvador registrou 1.335 mortes violentas em 2024. O número é próximo ao da cidade do Rio de Janeiro, que teve 1.375 casos no mesmo período - apenas 40 a mais.
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No entanto, a taxa de violência em Salvador é significativamente mais alta: 50,2 mortes por 100 mil habitantes, enquanto no Rio o índice foi de 20,4. A diferença se deve ao tamanho da população - a capital fluminense tem quase três vezes mais habitantes que Salvador, o que dilui o número absoluto de ocorrências.
No anuário, as mortes violentas são detalhadas nos seguintes subtópicos:
- homicídio doloso (incluindo feminicídio);
- latrocínio;
- lesão corporal seguida de morte;
- feminicídio;
- policiais mortos em situação de confronto;
- morte decorrente de intervenção policial (em serviço e fora de serviço).
De forma geral, os maiores índices de violência nas capitais brasileiras dizem respeito aos homicídios dolosos. Em Salvador, foram registrados 873 casos em 2024 - número que fica atrás apenas do Rio de Janeiro, com 963 ocorrências. Mesmo sendo menos populosas que Salvador, capitais como São Paulo e Belo Horizonte somaram 498 e 390 homicídios dolosos, respectivamente.
Um dado que chama atenção em Salvador é o número de mortes decorrentes de intervenção policial: foram 420 ocorrências, o maior entre todas as capitais do país. No ranking geral dos municípios, a capital baiana ocupa a segunda posição entre as cidades onde a polícia mais mata.
Um dos episódios que contribuíram para esse índice ocorreu em novembro de 2024, quando três homens morreram e um quarto foi preso em flagrante por tráfico de drogas após confrontos com a Polícia Militar no bairro do IAPI.
Segundo a PM informou ao g1 Bahia, agentes da 37ª Companhia Independente (CIPM/Liberdade) intensificavam o patrulhamento na região quando receberam a informação de que havia indivíduos efetuando disparos de arma de fogo na localidade conhecida como Milho.
Ao se aproximarem do local, os suspeitos teriam atirado contra os policiais enquanto fugiam para uma área de mata. Guarnições das Rondesp BTS, Norte e Nordeste, que atuavam na Operação Horus - voltada ao reforço do policiamento ostensivo -, foram acionadas para dar apoio.
As equipes montaram um cerco na região do Brongo, outra comunidade do bairro, onde uma segunda parte do grupo foi interceptada. Houve novo tiroteio entre policiais e suspeitos.
Após os confrontos, três homens foram encontrados feridos. Eles chegaram a ser socorridos para o Hospital Geral Ernesto Simões Filho, mas não resistiram. Durante uma varredura nas proximidades da unidade de saúde, um quarto suspeito foi localizado, abordado e preso. Com ele, foram encontrados entorpecentes, e o homem foi autuado por tráfico de drogas.
Mortes por intervenção policial

Apesar de ter sido a capital que mais registrou mortes por intervenção policial em 2024, Salvador não aparece entre os 10 municípios com os piores cenários do país. Quem lidera esse ranking é Santo Antônio de Jesus, no recôncavo baiano, seguida por outras cinco cidades do interior da Bahia.
Com números superiores aos de outros estados, a Bahia tem sido classificada, há pelo menos três anos, como o segundo estado do Brasil onde a polícia mais mata. As taxas têm oscilado entre 2022 e 2024:
- 1.467 em 2022, o que corresponde a 10,4%;
- 1.699 em 2023, o que corresponde a 12%;
- 1.553 em 2024, o que corresponde a 10,5%.
Municípios com mais mortes por intervenção policial em 2024:
- Santo Antônio de Jesus (BA) - 30,2%;
- Itabaiana (SE) - 28,6%;
- Marituba (PA) - 27,7%;
- Eunápolis (BA) - 26,6%;
- Jequié (BA) - 26,1%;
- Porto Seguro (BA) - 19,9%;
- Japeri (RJ) - 19,6%;
- Macapá (AP) - 19,3%;
- Lauro de Freitas (BA) - 18,8%;
- Simões Filho (BA) - 18,3%.
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