A vacina é sinônimo de prevenção a longo prazo, não a cura para a Covid-19. Tanto é assim que a primeira a receber a dose do imunizante na Bahia, a enfermeira Maria Angélica de Carvalho Sobrinho, de 53 anos, está internada onde trabalha, no Instituto Couto Maia, com coronavírus. Ela tomou a primeira dose da CoronaVac, em 19 de janeiro, mas não chegou a receber a segunda dose, que deveria ter sido aplicada até 28 dias depois.
Isso se dá porque tanto a doença como a vacina precisam de tempo para agir no corpo humano. Caso a pessoa, mesmo imunizada parcialmente, se descuide ou esteja bastante exposta a um ambiente com o coronavírus, pode adquirir a doença antes mesmo de tomar a segunda dose do medicamento que, em tese, garantirá seu sossego por meses e talvez anos desde que mantenha as medidas de distanciamento social, higiene e demais recomendações sanitárias.
De acordo com a infectologista da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Adielma Nizarala, vacinar não é igual a imunizar. “No caso das vacinas CoronaVac e da Oxford, que são as que estão sendo usadas, a imunização só é considerada após 15 a 20 dias da segunda dose utilizada. Ainda assim, a gente sabe que nenhuma das vacinas que estão no mercado nos traz 100% de possibilidade de não contrair o vírus. O que ela te garante 100% é não ter casos graves. Então, além de você poder pegar, você ainda é um portador para transmissão. Por isso, mesmo quando todas as pessoas estiverem vacinadas, antes que a gente alcance a chamada imunidade de rebanho, vamos precisar manter todas as medidas de precaução”, avisa.
A imunidade coletiva depende de resposta imunológica individual e comunitária, que só virá após cumprimento da campanha, que ainda não tem previsão de término. Enquanto isso, é preciso manter o distanciamento social, evitar aglomerações, utilizar máscaras em público e higienizar as mãos constantemente, completa a médica.
Sobre o temor de reações ao imunizante, Adielma Nizarala assegura que toda vacina, principalmente aquelas feitas por partículas virais, com vírus inativados ou atenuados, tendem a fazer uma repetição da resposta inflamatória. “
"Você pode ter quadros muito semelhantes ao que o vírus faria, só que não será a doença, será apenas uma resposta. Também não será possível transmitir a doença com esses efeitos colaterais porque, na verdade, você não tem um vírus, você tem uma partícula viral ou um vírus totalmente inativado. Então, aquele estado de febre, dor de cabeça, dor no corpo e mal estar que você sentir em até oito dias após ter tomado a vacina, isso é esperado. Não é nenhum problema de saúde", tranquiliza.
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Redação iBahia
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