A população brasileira é formada por 56% de pessoas pretas ou pardas, porém não há muitos registros de descendências africanas em nomes ou sobrenomes dos brasileiros. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os nomes mais comuns no Brasil são os de origem hebraica ou ibérica, com uma potente relação com o Catolicismo, como 'Maria' e 'José', revelando um traço da colonização portuguesa. Esse fato foi tema de discussão de um episódio do podcast Pele Preta, apresentado pela produtora Fran Cardoso e pelo jornalista Rafael Santana. [OUÇA ABAIXO]
E para falar sobre esse apagamento, o episódio teve a participação do Mestre em História, Educação e Contemporaneidade André Carvalho. Ele explicou o que acontecia com os africanos traficados e como eram rebatizados antes mesmo de serem levados para as Américas.
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"Os nomes poderiam ter diversas origens, às vezes a escolha do segundo nome fazia referência a cidade ou ao Porto em que esse sujeito foi embarcado. Como Pedro Mina, que foi embarcado no Porto de São Jorge da Mina, então Pedro Mina. Ou qualquer outra característica, um nome que fizesse referência a seu grupo étnico", afirmou.
Em outro momento, Rafael enfatizou a violência sofrida por esse povo com o roubo das identidades, já que a escolha dos nomes tinha significados marcados: "Para os Nagôs, o nome poderia ter diversos significados, desde condições físicas até as circunstâncias do parto, então o apagamento das identidades servia como forma de dominação do homem branco sobre esse povo, saindo da condição de africanos para escravos", disse.
Confira o episódio completo:
*Sob a supervisão do repórter Ícaro Lima
Aline Gama
Aline Gama
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