Menu Lateral Buscar no iBahia Menu Lateral
iBahia > preta bahia
Whatsapp Whatsapp
PRETA BAHIA

Conheça Maurício Sacramento, fundador da Batekoo

Com múltiplos talentos artísticos, Maurício objetiva fazer com que as pessoas pensem em negritude de forma coletiva

Redação iBahia • 16/04/2022 às 8:00 • Atualizada em 27/08/2022 às 8:14 - há XX semanas

Google News siga o iBahia no Google News!

Foto: iBahia

Ao encontrar o Maurício de alguns anos atrás, andando pelo Vale das Pedrinhas, seria pouco provável apostar no futuro que ele viria a viver. Aquele garoto tímido e caseiro, fundou uma festa que, além de se tornar nacional, se transformou em uma plataforma de manifestação e valorização da negritude brasileira. Hoje o Preta Bahia te apresenta Maurício Sacramento, o "Fresh Prince da Bahia", fundador da Batekoo.

Leia mais:

Entre os seus múltiplos talentos, Maurício, aos 27 anos, atua como DJ, já tendo tocado em eventos fora do Brasil. É diretor artístico da Batekoo, que, para além de promover shows independentes por todo o Brasil, também atua como um selo musical de artistas negros independentes, a Batekoo Records.

Recentemente dirigiu o primeiro clipe musical, uma parceria do cantor Silva e da Marina Senna. E quando olha para as próximas possibilidades profissionais, ele pretende mirar no mercado da moda. Tantos talentos e experiências distintas coincidem em um objetivo comum, o de expandir o pensamento sobre negritude.

"Espero fazer com que mais pessoas pensem em negritude de maneira coletiva, isso é extremamente importante pra mim. Esse é o grande objetivo de tudo que eu faço." afirmou Maurício ao iBahia.

Foto: iBahia

Esse leque de possibilidades nem sempre existiu para um jovem negro da periferia de Salvador. Tudo começou a se expandir pela sua busca pela diversidade em espaços na capital baiana. O apoio da família, sua mãe Lene Bahia, sempre foi um suporte para que ele buscasse novos rumos. Mesmo sem compreender o caminho do filho, Lene sempre o apoiou e se orgulha de quem ele veio a se tornar.

Batekoo

A Batekoo não é apenas uma empresa para Maurício. Ele entende sua maior criação como um quilombo, um espaço onde outros jovens negros LGBTQIA+ possam existir sem medo ou vergonha de serem quem são.

"A Batekoo pra mim é um quilombo. Uma roupagem positiva pro significado do que é ser negro. A gente vive dentro de discussões sobre negritude a partir do viés do racismo, e eu gosto muito de traçar a trajetória da Batekoo como algo que está vindo contra todo esse movimento racial que a gente viveu a partir do racismo. Eu tento fazer com que a Batekoo seja uma plataforma que gera experiências positivas sobre negritude. Que gera o contato de pessoas negras com a mais diversa forma de consumir culturas negras. Pra mim hoje a Batekoo é um respiro em meio a tanta tragédia e momentos ruins que a gente tem enquanto ser negro. Um lugar para se reconhecer, se conectar, se afirmar e sorrir... já é suficiente."

Foto: iBahia

Maurício está desde 2014 à frente do projeto da Batekoo e junto com ele foi amadurecendo e crescendo a nível de consciência sobre si e sobre negritude. Com isso o caminho de criação e criador por vezes se confunde, e ele assume: falar da Batekoo é falar um pouco dele.

Sem fronteiras

Aos 27 anos, Maurício tem grandes conquistas para se orgulhar, mas o jovem tímido e criativo de estilo marcante e "fresh" não enxerga limites para as conquistas futuras. O menino que desde o Vale das Pedrinhas sonha e materializa suas ideias, por vezes pode até parecer inacessível, mas garante que não se resume a posts do Instagram. Entre Beyoncé e Rihanna, ele seria a Rihanna, mais próxima de todo mundo.

"Eu sou um pouco introspectivo e bem tímido, tenho uma facilidade de tornar os processos que eu vivo, nem sempre positivos, em processos criativos e projetos, a Batekoo foi isso. É uma forma de me comunicar com o mundo. Eu costumo botar pra forma as coisas que eu sinto, através da arte, através da música, acho que sou um pouco sem fronteiras." afirmou o DJ.

Ao olhar para o futuro, Maurício busca por algo muito significativo para um jovem negro no Brasil: ele busca por vida, mas não apenas para ele.

"Espero estar vivo no futuro, ter minha mãe viva e meus amigos vivos. Acordar numa cama de lençóis brancos, suja de maquiagem. Quero trintar tocando piano na minha casa própria e tomando café preto, mesmo não gostando de café preto hoje, até lá eu vou gostar. Ter uma vida mais leve... Espero fazer com que mais pessoas pretas se conectem mais e se sintam autossuficientes que a gente não dependa de um mercado branco pra conseguir crescer".

Venha para a comunidade IBahia
Venha para a comunidade IBahia

TAGS:

RELACIONADAS:

MAIS EM PRETA BAHIA :

Ver mais em Preta Bahia