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Instituto Cultural Steve Biko comemora 30 anos de valorização do povo negro durante cerimônia em Salvador

O evento aconteceu na Câmara Municipal, no centro de Salvador, e reuniu dezenas de pessoas

Redação iBahia • 12/09/2022 às 23:55 • Atualizada em 16/09/2022 às 7:20 - há XX semanas

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					Instituto Cultural Steve Biko comemora 30 anos de valorização do povo negro durante cerimônia em Salvador
Foto: Vivaldo Marques/Bahia FM
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O Instituto Cultural Steve Biko realizou um encontro para comemorar os 30 anos de atividade do grupo nesta segunda-feira (12), em Salvador. Com o tema “Educação Antirracista – O legado do Movimento Negro para a Educação Brasileira”, evento aconteceu na Câmara Municipal, no centro da cidade, e reuniu dezenas de pessoas.

Entre os presentes, estavam nomes que fazem parte da história do instituto, como as doutoras em Educação, Eliane Cavalleiro e Ana Célia Silva, que também é referência na luta contra o racismo no Brasil; o ativista, escritor e doutorando em Educação, George Oliveira; o ator, humorista e arte-educador Sulivan Bispo; o cantor e compositor Dão Black; e o consultor e empreendedor, co-fundador da aceleradora Vale do Dendê, Paulo Rogério.

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O Instituto Steve Biko nasceu com a ideia de levar a juventude negra a conhecer a história dos seus antepassados, como conta a coordenadora pedagógica do instituto, Juci Silva.

“O Steve Biko nasce com a ideia de que o jovem negro se perceba na sociedade enquanto pessoa negra, que ele entenda que o racismo faz com que a gente tenha menos oportunidade e também é resgatar essa identidade. A missão da Biko é, através da educação, promover essa ascensão do sujeito e do povo negro. Então é o que a gente vem fazendo ao longo desses 30 anos”, pontuou.

Ainda segundo Juci Silva, um dos pilares do instituto é a busca do reconhecimento quanto pessoa negra. “Um dos pilares do Instituto, é fazer com que a pessoa se reconheça quanto pessoa negra e que ela coloque a carreira dela quando formada a serviço da população negra a todo momento. Quando a gente vai percebendo que tem assistente social negra, médica negra, professores negros e negras, então a gente sabe que essa pessoa com a informação que a Steve Biko propõe ela vai fazer o diferencial, e ela vai ser um referencial para a juventude por estar também naquele local”, concluiu.

A doutora em estudos de Gênero, Mulheres e Feminismo, Carla Akotirene é estudante egressa do Pré-Biko, o pré-vestibular social do Instituto Steve Biko. Ela conta que sem o Instituto, o seu sucesso profissional não aconteceria.


				
					Instituto Cultural Steve Biko comemora 30 anos de valorização do povo negro durante cerimônia em Salvador
Foto: Vivaldo Marques/Bahia FM

“Sem a Steve Biko eu não teria cumprido o meu destino, cada um de nós, pessoas pretas que estamos na diáspora africana, chegamos aqui com a escassez em relação aos seus verdadeiros nomes e compromissos com famílias espirituais e a partir do momento que eu acessei a Steve Biko eu pude me reconhecer como Negra, romper com o apagamento literário e de intelectualidade da minha família pois eu fui a primeira pessoa da minha família a ingressar no ensino superior.”

Carla conta ainda que após conhecer o Instituto nunca mais parou em sua vida profissional. “Nunca mais parei profissionalmente, porque, a partir da formação anti-racista e com compromisso ético espiritual que foi dito ali, eu fui preparada para ocupar espaços estratégicos. Então, eu me tornei uma profissional concursada que atende a população negra, atendendo aos princípios da política de atenção à saúde da população negra, terminei um doutorado discutindo justiça africana para questionar a segurança pública, a seletividade racial e todos esses parâmetros de encarceramento. Então, realmente eu só pude me conectar com a justiça dos meus ancestrais a partir do momento que foi feito justiça na minha vida que foi ser apresentada a Steve Biko", finalizou.

A jovem Ana Julia, de 18 anos, estudante do Instituto, contou que através do Steve Biko ela tem se enxergado como uma mulher negra.

Eu acredito que Steve Biko me colocou no lugar de enxergar com uma mulher negra, de me enxergar no lugar de poder, e de certa forma que eu posso e eu consigo chegar onde eu quiser, eu posso ter uma formação e que eu posso chegar onde eu quero”, ponderou.

Durante todo o mês de setembro, o instituto vai realizar diversas atividades em comemoração aos 30 anos de trajetória e a programação completa pode ser conferida através do perfil da entidade no Instagram.

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