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Potência negra: conheça 15 personalidades brasileiras que fizeram história

São guerreiros, escritores, cantores, religiosos, atores e outros profissionais que se destacaram e que são exemplos de representatividade

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Redação iBahia

08/11/2022 às 6:00 • Atualizada em 17/11/2022 às 1:36 - há XX semanas
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					Potência negra: conheça 15 personalidades brasileiras que fizeram história
Foto: Montagem iBahia

Em meio a dificuldades, como a desigualdade, o racismo e a falta de oportunidades, várias personalidades negras nascidas no Brasil fizeram história no país e no mundo ao longo dos anos. São guerreiros, escritores, cantores, religiosos, atores e outros profissionais que se destacaram e que são exemplos de representatividade. Neste mês, em que é celebrado o Novembro Negro, o iBahia separou uma lista com 15 ícones para enaltecer os legados. Confira abaixo

Zumbi dos Palmares


				
					Potência negra: conheça 15 personalidades brasileiras que fizeram história
Foto: Reprodução

Zumbi nasceu no Quilombo dos Palmares, atual União dos Palmares, em Alagoas, e se tornou símbolo da luta contra a escravidão no Brasil.

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Inicialmente batizado como Francisco após ser capturado e entregue a um missionário português, Zumbi voltou para casa aos 15 anos, e, conforme o amadurecimento, foi assumindo cargos de responsabilidade, até se tornar líder.

Lutou e defendeu o quilombo até 20 de novembro de 1965, quando, aos 40 anos, foi capturado e morto com muita crueldade, depois de ser traído por um de seus principais comandantes. A data se tornou o Dia da Consciência Negra em memória a ele.

Carolina de Jesus


				
					Potência negra: conheça 15 personalidades brasileiras que fizeram história
Foto: Reprodução

Carolina Maria de Jesus, ou Carolina de Jesus, é considerada uma das primeiras e mais destacadas escritoras negras do Brasil. Neta de escravos e filha de uma lavadeira analfabeta, ela teve uma vide extremamente difícil.

Nascida em Minas Gerais, se mudou para São Paulo com a família ainda pequena. Depois de adulta, catava papel à noite para se sustentar, e guardava e lia todas as revistas e livros que encontrava.

As primeiras publicações foram na década de 1940, quando passou a ter poemas publicados no jornal Folha da Manhã, em São Paulo, e ficou conhecida como “A Poetisa Negra”.

Contudo, “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, que figura entre as principais obras nacionais, só nasceu no início da década de 1960, quando, durante uma reportagem sobre a favela onde morava, acabou mostrando o diário ao repórter do jornal Folha da Noite, Audálio Dantas.

As anotações e relatos da vida de Carolina se tornaram 4 livros, contando com o primeiro. Com o sucesso das vendas, ele se mudou para uma casa longe da favela, recebeu homenagem da Academia Paulista de Letras e da Academia de Letras da Faculdade de Direito de São Paulo e ganhou a “Orden Caballero Del Tornillo” na Argentina.

Contudo, a fama passou e ela voltou a ser catadora de papel. No final da mesma década, se mudou para um sítio e foi praticamente esquecida pelo mercado editorial. Ela morreu em 1977.

Mãe Menininha do Gantois


				
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Foto: Acervo Terreiro do Gantois

Descendente direta de escravos libertos, Mãe Menininha nasceu em Salvador, mas é conhecida internacionalmente. Ela assumiu pela primeira vez o Terreiro do Gantois, que é considerado um dos mais importantes do Brasil, quando tinha 28 anos.

Antes dela, os antepassados fundaram o primeiro terreno Nagô do Brasil no ano de 1849. Avó de Mãe Menininha, Maria Júlia da Conceição Nazareth foi a primeira ialorixá famosa no país.

Mãe Menininha foi fundamental na luta da aceitação e divulgação do candomblé no Brasil e convidou brancos e católicos para conhecerem o terreiro. A baiana ajudou na queda da Lei de Jogos e Costumes, que condicionava a realização dos rituais à autorização policial e proibia os atos após as 22h.

Milton Santos


				
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Foto: Divulgação

Nascido na cidade de Brotas de Macaúbas, na Bahia, Milton Santos se tornou um dos principais geógrafos do mundo. Ganhou destaque pelas pesquisas e publicações sobre as realidades geográficas locais e urbanização, que ajudaram na reflexão sobre os rumos da humanidade com um viés socioeconômico e ambiental.

Entre as conquistas da carreira, está o Prêmio Vautrin Lud de Geografia, que é considerado o Nobel de Geografia. Ele foi o primeiro brasileiro a realizar o feito. Além disso, Milton também ganhou o 39º Prêmio Jabuti do Brasil de melhor livro de ciências humanas com "A Natureza do Espaço".

O último livro publicado do geógrafo foi lançado um ano antes de sua morte: "Por uma outra globalização – Do pensamento único à consciência universal”, onde fazia a provocação de que os leitores visitassem a palavra solidariedade, que ele dizer ser uma palavra banida do dicionário nos tempos de globalização. Santos morreu em 2001, aos 75 anos.

Recentemente, foi homenageado no doodle do Google e se tornou nome de avenida, no bairro de Ondina, em Salvador.

Taís Araujo


				
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Foto: Reprodução / Redes sociais

Nascida no Rio de Janeiro, a atriz e apresentadora ganhou destaque nacional ao ser protagonista na novela Xica da Silva, em 1996, o que a tornou a primeira atriz negra com o papel principal na Globo em 2004, quando interpretou Preta em "Da Cor do Pecado". Ela também foi a primeira Helena das novelas do autor Manoel Carlos, em "Viver a Vida", de 2009.

A artista iniciou a carreira ainda aos 11 anos, quando entrou em uma escola de teatro amador com amigos. Depois disso, esteve em dezenas de produções, como novelas, filmes e peças de teatro. Uma dessas obras é o filme "Medida Provisória", lançado em 2020, que é dirigido por Lázaro Ramos. Os dois estão juntos desde 2005.

Em 2012, virou febre nacional com a personagem Maria da Penha, na novela "Cheias de Charme". Na trama, ela e as atrizes Leandra Leal e Isabelle Drummond, que davam vida a outras duas Marias, formavam uma banda que bombou: "Empreguetes". Atualmente, Taís comanda o reality musical "PopStar".

Elza Soares


				
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Foto: Reprodução

Elza é considerada uma das maiores cantoras da música brasileira. Nascida no Rio de Janeiro, ela começou a carreira no final dos anos 50, e, ao longo das décadas, lançou 34 discos. O último foi "Planeta Fome" em 2019, mas um dos mais marcantes veio antes, em 2015: "A mulher do fim do mundo".

Durante a carreira, a artista se aproximou de vários estilos, como o samba, o jazz, o eletrônico, o hip hop e o funk. Ela falava que a mistura é proposital. Mas o que a deu destaque inicial foi o samba, onde começou a mostrar sua voz potente e rouca.

Em 2020, Elza foi enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel, e desfilou como destaque do último carro. Na época, ela tinha 89 anos. Em janeiro de 2022, aos 91 anos, a cantora morreu.

Pelé


				
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Foto: Reprodução

Nascido em Minas Gerais, Edson Arantes do Nascimento, ou Rei Pelé, como é mundialmente conhecido, é apontado como o maior jogador de futebol brasileiro. Na Seleção, foi astro nas copas de 1958, 1962 e 1970.

Recebeu diversos prêmios ao longo da carreira. Entre eles o de "Atleta do Século". Além disso, levou o Santos Futebol Clube, onde atuou por mais 20 anos, a ganhar mais de quarenta títulos.

A aposentadoria foi anunciada em 1977, quando jogava no Cosmos. Em 1994 foi nomeado Embaixador da Boa Vontade da UNESCO.

No ano seguinte, foi nomeado Ministro do Esporte no governo de Fernando Henrique Cardoso, cargo que assumiu até 1998. Durante esse período, Pelé criou uma lei que, entre outras medidas, visava dar maior transparência e profissionalismo ao esporte, que ficou conhecida como “Lei Pelé”.

Em 2021, o ex-jogador descobriu um tumor no cólon, que vem sendo tratado. Recentemente, chegou a ser internado por causa do câncer. Depois da alta, segue o tratamento em casa, com a família.

Glória Maria


				
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Foto: Divulgação

Reconhecida como uma das principais jornalistas brasileiras, Glória Maria nasceu no Rio de Janeiro e lutou muito para se formar na profissão. Filha de um alfaiate com uma dona de casa, conciliava o curso com um emprego de telefonista.

Teve o primeiro grande trabalho como repórter em 1971, cobrindo o desabamento do Elevado Paulo de Frontin, que matou 48 pessoas e feriu dezenas. Foi uma das primeiras negras atuando na área no Brasil.

Na rede Globo, participou de vários programas jornalísticos ao longo da carreira, como Jornal Hoje, Bom Dia Rio, RJTV, Jornal Nacional. Durante muitos anos, também integrou a equipe do Fantástico, onde era apresentadora e repórter especial. Atualmente, Glória Maria comanda o Globo Repórter ao lado de Sandra Annenberg.

A idade dela é um mistério que a jornalista faz questão de esconder. O assunto é sempre comentado e lembrado quando se pensa em Glória Maria.

Milton Nascimento


				
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Foto: Divulgação

Cantor e compositor, Milton Nascimento é dos nomes mais importantes da Música Popular Brasileira (MPB). Ele nasceu no Rio de Janeiro, mas foi morar com a avó em Minas Gerais, depois que a mãe morreu. Quanto tinha 13 anos começou a tocar violão e aos 15 criou um grupo com amigos. Na época, o grupo passou a se apresentar em bailes da região, iniciando a carreira do artista nos palcos.

Em 1966, teve uma música gravada pela primeira vez. Quem a escolheu foi Elis Regina. No ano a seguir, três criações dele foram classificadas para o Festival Internacional da Canção. Milton seguiu fazendo sucesso numa série de festivais e passou a ter uma forte carreira nacional e internacional.

Reconhecido no Brasil e no exterior, Milton chegou a ganhar quatro Grammys. Entre os destaques da lista de canções, estão "Maria, Maria" e "Coração de Estudante", que se tornou o hino do movimento Diretas Já, em 1984. Nos anos de 1990, a música "Canção da América" emocionou o país ao se tornar tema do funeral do piloto de fórmula 1 Ayrton Senna. A escolha se deu pelo fato da canção ser a favorita dele.

Elisa Lucinda


				
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Foto: Patricia Lino

Além de atriz, Elisa Lucinda é poeta, cantora e jornalista. Nascida em Vitória, ela se mudou para o Rio de Janeiro para atuar em 1986 e acabou ficando na cidade.

O primeiro livro publicado, "O semelhante", de 1994, virou peça de teatro encenada até hoje, onde declama poemas autorais. O mesmo se passou com várias outras publicações literárias de Elisa Lucinda que foram adaptadas para os palcos.

Multifacetada, a artista mantém também uma associação que promove saraus e estimula a declamação de poesias.

Daiane dos Santos


				
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Foto: Divulgação

Daiane dos Santos foi descoberta ainda aos 11 anos, quando brincava em uma praça de Porto Alegre. Da brincadeira, a atleta passou a treinar e se tornou referência na ginástica, conquistando, ainda aos 16, duas medalhas (prata no salto sobre cavalos e bronze por equipes) nos Jogos Pan-americanos de Winnipeg, no Canadá.

Em 2003, levou o bronze por equipes no Pan-americano de Santo Domingo. No mesmo ano, se tornou a primeira brasileira a conquistar uma medalha de ouro no Mundial de Ginástica.

Além disso, apresentou pela primeira vez o salto "duplo twist carpado", desenvolvido em parceria com o técnico ucraniano Oleg Ostapenko. O movimento foi batizado como "Dos Santos", em homenagem a ela.

Depois de várias outras premiações, em 2004, foi a quinta colocada nas Olimpíadas de Atenas, por causa de problemas no joelho. Contudo, mostrou o "Dos Santos 2", que é um duplo twist esticado.

No mesmo ano, emocionou os brasileiros e marcou ao som da música "Brasileirinho", de Waldir Azevedo, se tornando Campeã Mundial de solo em Birmingham, na Inglaterra.

Depois disso, a atleta competiu outras dezenas de vezes e foi premiada também, até que se aposentou em 2013. Agora, dá aulas. Recentemente, foi comentarista da Globo nas Olímpiadas de Tóquio, em 2021.

Conceição Evaristo


				
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Foto: Reprodução

Romancista, poeta e contista, a mineira Conceição Evaristo é um grande expoente da literatura contemporânea. Ela também é pesquisadora na área de literatura comparada e trabalhou como professora na rede pública no Rio de Janeiro.

Homenageada como Personalidade Literária do Ano pelo Prêmio Jabuti 2019 e vencedora do Prêmio Jabuti 2015, a autora também já foi homenageada pela Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), ocorrida no Recôncavo da Bahia, em 2018.

Nas obras que produziu, cuja matéria-prima literária é a vivência das mulheres negras, representadas por suas protagonista, traz reflexões acerca das profundas desigualdades raciais brasileiras. ]

Misturando realidade e ficção, os textos são retratos do cotidiano, instrumentos de denúncia das opressões raciais e de gênero, e também trabalham a recuperação da ancestralidade negra.

Gilberto Gil


				
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Foto: Divulgação

Nascido em Salvador, Gil, como é conhecido, é importante de muitas formas para o Brasil. Ao longo dos anos, ele desempenhou diversas atividades: cantor, músico e instrumentista.

A carreira foi iniciada ainda na infância. O cantor conta que tudo começou ainda aos 9 anos. O primeiro violão pertencia à irmã caçula, mas foi passado para ele, que era mais interessado em música.

Em 1963, conheceu outros jovens talentosos: Caetano Veloso, Maria Bethânia, Tom Zé e Gal Costa. Juntos, revolucionários, criaram o Movimento Tropicalista.

Gilberto Gil participou dos históricos Festivais da Canção e foi um contestador dentro da sua geração. Com a ditadura, em 1969, foi obrigado a se exilar no exterior e só retornou ao Brasil em 1972.

Na política, ele atuou como vereador na Câmara Municipal de Salvador e em 2003 foi nomeado para Ministro da Cultura, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Por seus feitos, é considerado um dos melhores ministros da Cultura.

Ao longo das décadas, foi premiado diversas vezes em reconhecimento do grandioso talento. Em abril deste ano, o artista passou a ocupar a cadeira 20 da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Ser imortal aos quase 80 anos e, acima de tudo, se tornar o primeiro representante da música popular do Brasil e o segundo negro na composição atual dos imortais da ABL, revelou uma potência já trazida, em diversos momentos, ao longo de toda a carreira dele.

Lázaro Ramos


				
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Também nascido na capital baiana, Lázaro Ramos iniciou o trabalho como ator no Bando de Teatro Olodum. De lá, o artista ganhou o mundo. Além de ator, também é diretor.

Entre sucessos que já integrou a equipe, estão filmes como "Madame Satã", "Meu Tio Matou um Cara", "Cidade Baixa" e "Ó Paí, Ó", além das novelas como "Insensato Coração", Lado a Lado " e "Cobras e Largatos", onde fazia par romântico com a então namorada e atual esposa Taís Araujo.

Recentemente, lançou o filme Medida Provisória, que conta com a atuação de Taís, além de outros artistas, como o ator britânico Alfred Enoch. Com Taís, Lázaro está junto há 18 anos. O casal tem dois filhos.

Milton Gonçalves


				
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Foto: Reprodução

Ator integrante do 1° elenco da Globo, diretor, aprendiz de sapateiro, de alfaiate e de gráfico, além de militante político. Essas são algumas das atividades desempenhadas por Milton Gonçalves ao longo dos 88 anos de vida.

Nascido em Minas Gerais, o artistas foi um dos primeiros atores negros da TV brasileira e construiu carreira em São Paulo, para onde se mudou com os pais ainda na infância. Integrou o elenco de dezenas de novelas. Em 2006, na segunda versão de "Sinha Moça", onde interpretava Pai José, se tornou o primeiro brasileiro a apresentar um prêmio Emmy Internacional.

Na época, a novela foi indicada ao prêmio Emmy Internacional na categoria Série Dramática. Na cerimônia de premiação, Milton Gonçalves apresentou o prêmio de melhor programa infantojuvenil ao lado da atriz americana Susan Sarandon.

O último trabalho de Milton na Globo foi em 2019, quando integrou o elenco da minissérie "Se eu Fechar os Olhos Agora". Ele morreu em maio de 2022.

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