Reitora baiana exalta importância da educação e representatividade

Quando deixou a cidade de Santo Antônio de Jesus, no recôncavo da Bahia, para estudar, Cecilia Emilia Queiroz não imaginava que um dia iria se tornar referência na área da educação. Hoje, reitora da Uninassau, uma das maiores instituições de ensino superior do Brasil, ela usa o local de fala para potencializar o poder do conhecimento.

"O conhecimento faz parte da vida e ele não está somente pautado no ensino superior. Muitas vezes a gente acha que 'eu não tenho condição'. Mas quem disse que o conhecimento que liberta é o superior? Primeiro a gente tem que conhecer conhecimento em jornal, em revista, um curso rápido gratuito. Quando você entende que isso que é importante, você renova os votos, você alimenta, e você começa a entender que é possível. Então, para mim o conhecimento é ar que respiro, é o que me sustenta, é propósito de vida, e foi esse conhecimento que me tornou o que sou", falou Cecília Emilia.

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A instituição administrada pela baiana fica em Salvador - local para onde ela se mudou após deixar a cidade natal. Na época, a capital era uma das poucas possibilidades para quem morava no interior do estado, mas também se tornou um lar e onde Cecília Emilia desenvolveu os quase 30 anos de vida posteriores.

Nesta quinta-feira (25), aos 45 anos, a baiana recebeu o título de soteropolitana na Câmara de Vereadores de Salvador. A sessão foi a mesma em que o Arcebispo da cidade e Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha, também foi reconhecido. Para o prestígio, estavam presentes amigos e familiares de Cecília.

Horas após a cerimônia, a reitora esteve na Rede Bahia para uma reunião com o CEO da empresa, Rogério Bruxellas, o Diretor de Gestão e Relações Institucionais, Guilherme Lopes, o Executivo de Contas Rede Bahia, Thiago Fontes, e outros representantes. Durante a visita, ela conversou com o iBahia e falou sobre o título.

"É o resultado de um reconhecimento da cidade onde, até então, eu não era de lugar nenhum. Porque eu nasci em Santo Antônio de Jesus, morei lá até 16 anos e tenho 45 anos. Então, moro há 29 aqui. Ou seja, eu moro mais aqui do que lá. Então, 'qual cidade você chama mais de sua?'. A cidade entender que eu hoje sou dela e que esta é a minha casa é um agradecimento. Agora sim eu tenho casa, eu tenho uma cidade, eu tenho uma identidade. Porque aqui que estão os meus amigos, aqui que eu posso ver minha família, aqui que eu me tornei mulher", disse.

Um reconhecimento que também se exprime em representatividade não só para jovens soteropolitanas, como de todo o estado. "Primeiro, você acreditar que só é possível se você sonhar, se você tiver meta, e se você tiver a educação como um grande alicerce. Ser hoje uma reitora de universidade é ter a força de poder construir e mudar a vida de outras pessoas. Quando você alia isso à história da sua vida, de você ter saído uma menina, vindo para uma cidade grande, sem referência, e conseguir chegar aqui, é ter a certeza de que não precisava ser tão difícil.

Emocionada, a baiana também relembrou a trajetória e agradeceu pelas conquistas. "Para mim, ser a gestora de uma universidade é orgulho, é uma satisfação, por consequência, é agradecimento. Eu preciso agradecer a Deus e às pessoas por isso, e por isso a gente precisa cada vez mais replicar o exemplo. Então, é por isso que estou aqui. Para que outras tantas meninas negras, tantas mulheres, possam entender que é possível e que juntas a gente vai tornar isso mais fácil".