- Por muito pouco a Avenida Sete não se chamou Avenida Dois de Julho. O primeiro projeto das obras previa duas novas avenidas: a Sete de Setembro e a Dois de Julho. Como esse projeto não saiu do papel e apenas a Avenida Sete seria construída, os baianos queriam que ela homenageasse a data magna da Bahia. Mas J.J Seabra bancou a Independência do Brasil.
- Mais de 300 sobrados de famílias tradicionais foram derrubados com a obra, o que onerou muito o valor do projeto, avaliado em 8,7 mil contos de réis. Um terço desse custo foi destinado para desapropriações.
- O trecho da via onde está o Mosteiro de São Bento tem largura três metros menor que o restante da Avenida Sete. É que, diferente das igrejas do Rosário e das Mercês, que tiveram suas fachadas frontais derrubadas, o São Bento foi poupado. A curva que existe hoje antes da descida da ladeira mostra que um desvio foi feito. A largura da pista tem 15 metros em vez de 18.
- Boa parte do material utilizado na obra de construção da Avenida Sete teve de ser importado. O asfalto veio de São Valentino, na Itália. As vigas de ferro, 52 toneladas, vieram da Alemanha. Com eles foi feito o viaduto que liga a área da Aclamação à Vitória. O calçamento foi feito de pedras portuguesas estilo veneziano. A iluminação foi importada pela família Guinle, que comprou tudo da General Eletric, de Nova York. Trouxeram 600 postes com lâmpadas de última geração.
Via em mão dupla em trecho da Aclamação na Avenida Sete, à noite, década de 1930 |
- A arborização da Avenida Sete, um dos seus aspectos positivos até hoje, veio do Rio de Janeiro. Foram importados centenas de oitizeiros. As plantas se adaptaram muito bem e boa parte resiste de pé até hoje, especialmente no Corredor da Vitória.
- As inovações criadas pelo arquiteto francês Georges Eugène Haussmann serviram de inspiração a J.J. Seabra e ao engenheiro Arlindo Fragoso para fazer a Avenida Sete. A ideia de Haussman, baseada em conceitos sanitaristas, era abrir grandes avenidas para arejar as cidades.
- A mansão dos Clemente Mariani, localizada na Ladeira da Barra (portanto, Avenida Sete de Setembro) fica em um terreno de 61 mil m2, a segunda maior área de mata atlântica dentro de Salvador. A mansão é a última “roça”, como eram conhecidas as propriedades que existiam na ladeira à época.
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