Acidente que vitimou nove operários completa 2 anos sem decisão

Um dos maiores acidentes de trabalho da história da Bahia completa dois anos nesta sexta-feira (9), sem que a ação civil pública instaurada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) contra a Construtora Segura tenha obtido uma sentença. Os sócios-proprietários da empresa também são alvo da ação, que aguarda a decisão da juíza Lucyenne Amélia Veiga, titular da 18ª Vara do Trabalho de Salvador. Em memória às vítimas, foi celebrada uma missa na Igreja do Mosteiro de São Bento na manhã desta sexta-feira (9), à pedido do Sindicato dos trabalhadores da Construção Civil (Sintracon).

Vítimas estavam em elevador que despencou de uma altura de 80 metros

De acordo com o MPT, em novembro do ano passado foi concedida uma liminar em mandado de segurança que determina que a Construtora Segura cumpra rigorosamente as normas de segurança e saúde previstas pelo ministério, sob pena de pagamento de multa diária de R$ 1 mil. A última audiência do processo ocorreu no último dia 26 de julho. O acidente aconteceu na construção do edifício Comercial II, no Caminho das Árvores, em Salvador, onde um elevador despencou de uma altura aproximada de 80 metros, por volta das 7h15. No ascensor estavam Antônio Elias da Silva, Antônio Reis do Carmo, Antônio Luiz Alves dos Reis, Hélio Sampaio, Jairo de Almeida Correia, José Roque dos Santos, Lourival Ferreira, Manoel Bispo Pereira e Martinho Fernandes dos Santos - nenhum deles sobreviveu ao acidente. Em nota, a construtora Segura diz compartilhar da dor das famílias dos operários envolvidos no acidente e informa que "sempre esteve à disposição das autoridades e da Justiça para fornecer as informações necessárias" e "cumpre todas as determinações legais quanto à segurança dos seus colaboradores". A construtora ainda afirma que continua a dar assistência aos familiares das vítimas. Veja nota da construtora Segura na íntegra"Dor compartilhada A Construtora Segura compartilha da dor das famílias dos operários envolvidos no fatídico acidente ocorrido em 9 de agosto de 2011 e reitera que, desde os primeiros momentos, prestou e continua a dar assistência aos familiares das vítimas. A empresa esclarece que sempre esteve à disposição das autoridades e da Justiça para fornecer as informações necessárias; cumpre todas as determinações legais quanto à segurança dos seus colaboradores, e aproveita para elogiar o profícuo trabalho dos integrantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) da 5ª Região-BA em suas ações de conscientização e prevenção de acidentes, não apenas no segmento da Construção Civil, mas em todos os segmentos produtivos. Há dois anos, profissionais e amigos tiveram suas vidas interrompidas. Apesar do tempo decorrido, a dor permanece presente e aguda". Matéria original do Correio Acidente que vitimou nove operários completa 2 anos sem decisão judicial