Família de advogado acusa publicitário de provocar acidente |
Segundo o advogado Sérgio Habib, defensor de Roberto, a Justiça aceitou um pedido de revogação da prisão preventiva. Agora, Roberto vai responder ao processo em liberdade. Ainda de acordo com Habib, Roberto nega ter causado o acidente. Ele disse que trafegava e passou pelo cruzamento pois o sinal estava verde para ele e vermelho no sentido que o publicitário trafegava. "Quem corta, tem que prestar atenção, mesmo na madrugada", diz o advogado. Há câmeras de segurança no local e a defesa já as solicitou. Roberto se negou a fazer exame de bafômetro, mas foi preso em flagrante porque aparentava sinais de embriaguez.
Versões
Segundo parentes de Daniel, Roberto João estava bebendo quando o acidente aconteceu. Ontem, o CORREIO revelou que o advogado foi expulso de uma boate no Rio Vermelho, momentos antes do acidente no Itaigara. Familiares de Roberto João, no entanto, apontam Daniel como responsável pela colisão. A vítima teria invadido o sinal vermelho.
"Ele (Roberto João) podia estar morto se não estivesse com o cinto de segurança. O cara também estava bebendo. Ele sai imprudentemente e cruza na frente do carro", disse um familiar, que preferiu o anonimato. A fonte disse desconhecer que o advogado já esteja respondendo a processo por outro acidente de trânsito. Segundo o delegado Nilton Tormes, a polícia ainda não sabe quais dos dois envolvidos teria provocado a batida.
De acordo com ele, câmeras da prefeitura e da Secretaria da Segurança Pública (SSP) registraram o momento da colisão, mas as imagens ainda estão sendo analisadas. "Não vi as imagens ainda, mas elas já foram solicitadas. Precisamos verificar quem dos dois invadiu o sinal, em que velocidade os carros estavam". O delegado pretende ouvir amigos dos envolvidos e testemunhas do acidente.
Querido pelos alunos, advogado ensina Direito Penal | Renato Alban
O advogado e professor universitário Roberto João Starteri Sampaio Filho, 38 anos, envolvido no acidente que matou o publicitário Daniel Paschoaliq Prata, 28, no sábado, é um dos docentes mais respeitados e queridos da Faculdade 2 de Julho, no Garcia, onde trabalha há três anos, segundo alunos da instituição.
“Ele é uma pessoa íntegra e muito inteligente. É muito disputado. Como só dá aula aqui uma vez por semana, a turma dele sempre é cheia”, contou a acadêmica de Direito Talita Santos, 23. Roberto João é professor de Processo Penal e Prática Penal e também leciona na Unyahna, em Patamares, e é dono de um escritório de advocacia.
Carro do publicitário foi destruído na batida (Foto: Mauro Akin Nassor) |
O professor é casado e tem dois filhos, um adolescente de 17 anos e uma menina de 7. “Tínhamos solicitado à faculdade que ele continuasse como professor da turma no próximo semestre. O pessoal está muito abalado. Estamos em oração”, afirmou a estudante de Direito Crislane Ferreira, 22. “Queria ser estagiária dele, porque gosto de Penal. Ele não é uma pessoa ruim. Pelo contrário, é respeitado aqui”, afirmou outra aluna e admiradora Emily Santos, 21. Segundo as fontes, alguns professores e estudantes visitaram Roberto João na sede da Polinter, nos Barris, onde ele está preso desde sábado. “É uma pessoa muito dedicada, responsável e querido de seus alunos. Estive com ele na prisão mais cedo. Roberto João está muito abatido. Não só pela situação, mas pela morte”, disse o coordenador do curso de Direito da 2 de Julho, Paulo Mascarenhas.
“Está muito abalado. O carro dele capotou e Roberto João sofreu algumas lesões. Poderia ter morrido”, afirmou o advogado do professor universitário, Sérgio Habib. Segundo ele, Roberto João nega que tenha avançado o sinal e que estivesse embriagado. “O semáforo estava aberto para ele. Estamos atrás de filmagens que provem isso. Também não há provas de que ele estivesse bêbado”, afirmou Habib.
Segundo a polícia, o professor se recusou a fazer o teste do bafômetro. O advogado de defesa, no entanto, nega e afirma que os policiais relataram a embriaguez do professor apenas com base na aparência. Questionado sobre o envolvimento de Roberto João em outra colisão no trânsito, no município de Palmeiras, em 2001, Habib rebateu a versão da polícia de que três pessoas teriam ficado feridas. “Bateram no carro dele, mas não teve vítimas. Ele é réu primário”. O advogado disse ainda que vai pedir a revogação da prisão do professor.
Médica está em coma e respira com ajuda de aparelhos
A médica Luciana Tavares Lucetti, 35 anos, que ficou ferida após a colisão na Avenida Antonio Carlos Magalhães, na madrugada de sábado, permanece internada em estado grave no Hospital São Rafael, em Salvador.
Por meio de nota, a unidade informou que Luciana deu entrada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no domingo. “A paciente sofreu múltiplos traumas e foi submetida a procedimentos cirúrgicos”, diz a nota.
Matéria original: Correio 24h
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