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Além do assédio: psicóloga alerta sobre ciclos de violência

Identificar o começo do ciclo de violência e as implicações emocionais podem ajudar as vítimas

Redação iBahia • 16/01/2018 às 0:00 • Atualizada em 26/08/2022 às 22:39 - há XX semanas

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O debate sobre assédio requer a discussão sobre as implicações psicológicas da violência no comportamento da vítima. Para a psicoterapeuta Laura Almeida, o assédio deixa deixa mulheres negras mais vulneráveis do que as brancas, no Brasil."O Mapa da Violência, lançado em 2015, trouxe dados referentes aos índices de feminicídio e de efetividade da Lei Maria da Penha no Brasil e apresenta que nesse período houve uma diferença significativa positivas de eficácia da lei para as mulheres brancas e negras. Quanto mais difícil acesso aos dispositivos de proteção, de informação, quanto mais fraca a rede de apoio, quanto mais dependente financeiramente for essa mulher do agressor e quanto mais demarcadores sociais de diferença essa mulher tiver, mais vulnerável e desprotegida ela estará", reflete.

Foto:Divulgação

No que se refere ao esclarecimento das agressões e do suporte psicológico e jurídico, a profissional alerta sobre o bom entendimento do chamado 'ciclo de violência'. "A melhor forma de orientar as mulheres para identificação das violências vividas é a partir da apresentação do ciclo de violência, presentes na Lei Maria da Penha e informar as formas de acesso aos dispositivos de proteção e denúncia. Existem ações de Organizações não Governamentais que também prestam serviços de assistência às demandas e encaminhamento para órgãos responsáveis. Cabe ao estado fortalecer o papel de promotor de saúde dessas pessoas em vulnerabilidade e fortalecer iniciativas de identificação desse ciclo", conclui.

De acordo com os Ministérios Públicos estaduais, o Brasil registrou ao menos oito casos de feminicídio por dia entre março de 2016 e março de 2017. No total, foram 2925 casos no país, aumento de 8,8% em relação ao ano anterior. Na Bahia, até o dia 18 de dezembro, foram registrados pelo menos 39 casos.

Ainda de acordo com a psicoterapeuta, as implicações emocionais dos assédios podem ser difusas."Apesar de sermos mulheres e estarmos todas expostas à misoginia, os eventos de violência chegam para cada uma de formas distintas. O ciclo apesar de apresentar fases, não significa que elas ocorram na mesma ordem, nem que não se repitam. As violências psicológica e moral podem desencadear transtornos psíquicos e potencializar adoecimentos já existentes. As violências físicas, patrimonial e econômica tiram a autonomia da mulher sobre seus bens e podem gerar um ambiente de insegurança, impotência e medo. A violência sexual é uma violação gravíssima que gera diversos traumas. Precisamos discutir sobre educação e a construção das masculinidades e feminilidades nessa sociedade e a forma que o lugar da mulher é reforçado", conclui.

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