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Ambientalista morto em Nazaré tinha denunciado empresa

Depois de cometer o crime, o homem fugiu a pé, levando apenas o celular de uma das vítimas

• 20/03/2014 às 14:28 • Atualizada em 02/09/2022 às 4:16 - há XX semanas

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O ambientalista Ivo Barreto do Couto Filho, 48 anos, foi assassinado com quatro tiros na cabeça, na tarde desta quarta (19), no estacionamento de que era proprietário, no bairro de Nazaré. Ivo Bacana, como era conhecido, estava dentro do escritório do estacionamento Market, na Rua Bela Vista do Cabral, quando foi abordado.
Segundo a esposa da vítima, Isabel Couto, que estava com ele no momento do crime, o bandido chegou ao local por volta das 14h30 e anunciou um assalto. “Estava eu, meu marido e outras três pessoas. Ele pediu o celular e, quando começamos a entregar os aparelhos, ele virou para o meu marido e atirou”, contou.Uma das pessoas que estavam com o casal era um funcionário do estacionamento. “O bandido pediu os celulares, mas quando ele viu Ivo disse: ‘É você mesmo que eu quero!’ e então atirou”, contou, sob anonimato. Depois de cometer o crime, o homem fugiu a pé, levando apenas o celular de uma das vítimas. Baleado, Ivo foi socorrido para o Hospital Santa Izabel, mas chegou sem vida. “Quando chegamos no local, o bandido havia escapado em direção à Sete Portas”, disso o comandante da 2ª Companhia de Polícia (Barbalho), major Washington Silva.Assembleia “Ele estava tão feliz com o trabalho dele e de repente acontece isso”, comentou a mãe de Ivo, a aposentada Beloina dos Santos Couto, 73 anos. Além de dono do estacionamento, Ivo era bastante atuante na luta pela defesa do meio ambiente. Nesta quarta, horas antes do crime, participou de uma reunião da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa da Bahia, no CAB, onde fez diversas acusações contra empresas responsáveis, segundo ele, pela poluição do meio ambiente.Ele saiu do encontro feliz. Ouviu dos membros do colegiado o compromisso de que poderia realizar, em abril, uma audiência pública para discutir a suposta poluição ambiental gerada por dejetos que estariam sendo despejados no mar pela indústria química Cristal (antiga Millenium), localizada na Estrada do Coco. “Definimos que o próximo passo seria realizar uma audiência pública, lá mesmo na comissão, convidando representantes da Millenium, da Secretaria de Meio Ambiente, do Inema e do Ministério Público”, revelou o deputado Leur Lomanto Jr. (PMDB), presidente da Comissão de Meio Ambiente.Segundo o parlamentar, Ivo já era figura conhecida por denunciar a suposta poluição ilegal da empresa, que trabalha com compostos químicos para a indústria de tintas. “Ele já acompanha isso há muito tempo, já mergulhou no local onde tem o emissário submarino onde joga os resíduos da industria. Detectou no fundo do mar que tinha resíduos jogados de forma irregular. Ele questionava como o Inema dava o licenciamento ambiental, renovou a licença, mesmo havendo as denúncias”, completou Leur.O presidente municipal do DEM em Salvador, Heraldo Rocha, diz ter dado apoio político ao ambientalista. “Isso tem que ser apurado a fundo, estou estupefato. Realmente, ele fez grandes acusações com relação a impacto ambiental”, afirmou. O CORREIO tentou contato com a empresa, mas não localizou nenhum representante. A assessoria da Polícia Civil não soube informar se o caso ficará a cargo do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ou da 1ª Delegacia (Barris). O sepultamento da vítima será às 17h, no cemitério Jardim da Saudade. Industria no Litoral Norte não era único alvo de Ivo Mergulhador há mais de 30 anos, Ivo Barreto elegeu o despejo de dejetos químicos da Cristal no mar de Jauá como o crime ambiental que mais merecia sua atenção. Ele criou um site pessoal, um perfil no Facebook e no Twitter, em que reúne diversas matérias publicadas na imprensa e material produzido por ele mesmo para denunciar a situação.Criou um abaixo-assinado online para pedir a investigação do Ministério Público Federal (MPF) no caso, mas só conseguiu 19 adesões.O ambientalista, todavia, também militava contra outros supostos crimes ambientais. Desde 2006 ele é membro da ONG Parque das Dunas, que defende a preservação da Área de Proteção Ambiental (APA) Lagoas e Dunas do Abaeté. Essa área já foi alvo de grileiros e de construtoras que retiraram areia para uso na construção civil. Ele também produziu denúncias de poluição nas praias de Salvador.Matéria original: Correio 24h Ambientalista morto em Nazaré foi à Assembleia para denunciar empresas

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